DA ASSESSORIA As 21 emendas ao Orçamento do Estado para 2003, apresentadas emconjunto pela bancada de deputados estaduais da Região do Grande ABC,resultado de muita discussão e consenso regional, foram todas rejeitadas noparecer do Relator Especial, deputado Roberto Engler. Na prática, issorepresenta rejeição também em plenário das prioridades regionaisamadurecidas nas reuniões da Câmara Regional do Grande ABC e ConsórcioIntermunicipal, órgãos suprapartidários que congregam prefeitos,vereadores, deputados, técnicos e representantes da sociedade civilorganizada."É um contra-senso, um desrespeito. O relator não assimilou o grandeexemplo do ABC, que discutiu e apresentou em conjunto suas emendas, fatoinédito nesta Casa", lamentou o deputado Donisete Braga (PT). Segundo ele,este fato deverá motivar discussões sobre mudanças no RegimentoInterno, bem como na redefinição do papel da LDO. "São necessários critériosmais claros na tramitação do Orçamento. Não se pode descartar assim asprioridades estabelecidas por uma região inteira", disse, informando que,lamentavelmente, muitas emendas pontuais foram aprovadas.Para o deputado petista, a rejeição de todas as emendas do Grande ABCdemonstra ainda centralização de poder do deputado tucano, orientadopelo governador. " Alckmin elogiou o trabalho do Consórcio em torno dasemendas, disse que o ABC era prioridade de seu governo e sugeriu que outrasregiões administrativas adotassem o exemplo. Na prática, vimos o contrário",lamentou. Entre as emendas rejeitadas estão, por exemplo, as que destinamrecursos para a conclusão do Hospital Mário Covas, para a instalação daFaculdade Pública do ABC, construção de casas populares, reforma dosEstúdios Vera Cruz e treinamento de policiais.A rejeição da totalidade das emendas, segundo ele, reforça a idéia de que énecessário fortalecer ainda mais os órgãos representativos da sociedadepara que a discussão sobre o Orçamento do Estado seja mais democrática,popular e as prioridades estabelecidas sejam respeitadas.