Da assessoria do deputado Sebastião Arcanjo

Cerca de um milhão de brasileiros estão aderindo à informática a cada quatros meses e, em março de 2003, o país tinha cerca de 26,7 milhões de pessoas com computador em casa. Apesar dos avanços referentes à inclusão digital, o Brasil ainda possui o apartheid digital, que caminha lado a lado com a exclusão racial. Com o objetivo de reverter esse quadro, a multinacional IBM Brasil e a Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial promovem a Semana da Consciência Tecnológica para Afro-descendentes, que ocorrerá de 21 a 25 de fevereiro, na Assembléia Legislativa de São Paulo.

Segundo dados do Mapa da Exclusão Digital, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, pessoas declaradas brancas representam 15,14% contra 3,97% dos afro-descendentes (amarelos representam 41,66% e indígenas, 3,72%). Assim, o perfil do incluído digital é bem definido, ou seja, é branco ou amarelo, estudou mais de oito anos, mora em grandes cidades e tem renda de R$ 1.677. Já o excluído deste universo é negro ou pardo, não tem acesso a computador e costuma ter pouco estudo. Desta forma, as exclusões racial e digital caminham juntas no Brasil, mesmo quando se considera brancos e negros que obtiveram as mesmas condições de educação e emprego.

De acordo com o deputado Sebastião Arcanjo (PT), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, essa iniciativa é importante porque combate mais um tipo de exclusão que jovens e crianças negras sofrem diariamente. "Essa parceria entre a Assembléia e a IBM abre novas perspectivas para a juventude negra e carente e promove a inclusão de fato", diz ele.

Para Osvaldo Luís Nascimento, gerente executivo da IBM Brasil, a Semana da Consciência Tecnológica para Afro-descendentes demonstra como a tecnologia pode ser mais bem utilizada no cotidiano e na preparação da carreira dos membros da família afro-brasileira, que não têm acesso ao universo digital. "O efetivo uso da tecnologia conduz a melhor educação, maiores opções de carreiras profissionais e possibilidades sem fim para indivíduos e suas famílias" afirma Nascimento.

Durante a Semana, jovens e crianças negras carentes aprenderão a utilizar o computador, participarão de atividades didáticas, através de softwares interativos, e também terão palestras de capacitação para o mercado de trabalho. As atividades serão realizadas no período da tarde e de manhã, no plenário José Bonifácio e no Espaço Convivência da Alesp.

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