Da assessoria do deputado Donisete Braga



No dia 30 de maio, no Auditório Teotônio Vilela da Assembléia Legislativa de São Paulo, realizou-se ato em homenagem a João Amazonas, dirigente do PCdoB falecido em maio do ano passado. O evento ocorreu justamente em razão do primeiro aniversário de sua morte.

A mesa do ato foi conduzida por Nivaldo Santana, presidente e deputado estadual do PCdoB-SP. Dela participaram Renato Rabelo, presidente nacional do Partido, José Carlos Ruy, do Comitê Central, e Aldo Rebelo, deputado federal e líder do governo na Câmara dos Deputados.

Presentes ao ato, a esposa de Amazonas, Edíria Amazonas, seus filhos e netos (Zélia Maria Amazonas, João Carlos Amazonas, Helena Amazonas (filhos); Danielle Amazonas Pires, Júlia Amazonas Alvim, Heloísa Amazonas Alvim, Daniel Amazonas Alves); Jamil Murad (PCdoB), deputado federal; vários dirigentes partidários, parlamentares e lideranças populares, totalizando cerca de 100 pessoas. Foram enviadas saudações de personalidades políticas e lida mensagem do presidente Lula.

Antes de iniciada as falas, foi exibido o vídeo Camarada João, com entrevista e breve histórico biográfico do dirigente. Na mesa, as bandeiras do PCdoB e do Brasil. Ao centro, uma faixa, onde se lia "Um ano sem João Amazonas, lutador do povo brasileiro".

Legado de João Amazonas

O primeiro a usar a palavra foi Renato Rabelo. Visivelmente emocionado, começou por saudar os familiares de Amazonas e os camaradas presentes, para em seguida pontuar o que considera as características do velho comunista falecido: "Amazonas era um homem dotado de grande talento político. Teve papel destacado na história brasileira assumindo dessa maneira uma dimensão de personalidade pública que vai além dos marcos partidários".

Renato Rabelo lembrou momentos importantes da vida da nação nos quais Amazonas teve participação destacada: a Constituinte de 46, a candidatura única das oposições no Colégio Eleitoral, que pôs fim à ditadura militar, entre outros fatos. "Do ponto de vista conceitual" - afirma o presidente do PCdoB - "deixa importante contribuição à definição de um pensamento tático, que serve de base para orientação política do nosso Partido - expressa na conceituação de tática ampla e flexível e na noção de relação entre ampliação e radicalização na condução da luta política".

Rabelo ainda definiu João Amazonascomo "um homem de idéias", que enfrentou grandes embates teóricos no século 20, e um militante "possuidor de elevada ética humanista e comunista". Homem de partido, "o partido era tudo para Amazonas. No Partido se educou, compreendeu a vida e o mundo. O Partido estava acima de tudo - mesmo da família".

"Não contamos mais com sua direção, mas dispomos de suas idéias, conceitos e seu exemplo. A sua contribuição ideológica e política é a base para a orientação, tanto no terreno tático como estratégico da nossa luta". Essa foi uma das inúmeras conclusões do presidente nacional do PCdoB.

Homem de Partido

José Calos Ruy destacou o Partido como o grande legado de Amazonas. Em um apanhado histórico, demonstrou como o velho dirigente, teimosamente, se dedicou à obra de construção do Partido Comunista.

Desde o início dos anos 40, João cumpriu papel destacado em favor da unidade do Partido e de sua solidez ideológica. A cada revés, após cada "desmonte", Amazonas reiniciava, reconstruía, com outros camaradas, a organização revolucionária do proletariado brasileiro.

"João foi, fundamentalmente, um construtor do Partido", afirmou Ruy. Segundo o membro do CC, Amazonas, no 10º Congresso, ao pedir dispensa da função de presidente nacional, estava dando sua missão fundamental por cumprida: entregava à militância e ao povo brasileiro um partido consolidado, renovado, pronto para cumprir sua missão revolucionária.

Um brasileiro

A última fala foi a de Aldo Rebelo. Dentre tantos legados deixados por Amazonas, ele destacou o pensamento programático do PCdoB, onde figura com proeminência a questão nacional. Para o deputado, a questão nacional, como articuladora de inúmeras bandeiras de luta, "situa o Partido num planalto, de onde pode promover os movimentos políticos necessários à consecução de seu projeto revolucionário".

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