Indicação de deputada pede fomento à exploração de frutas nativas no Vale do Ribeira


28/11/2006 15:53

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A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) está reivindicando ao governo do Estado a urgente implementação de projeto de aproveitamento e exploração de frutas nativas do Vale do Ribeira, idealizado para gerar trabalho, renda e progresso naquela região. Estudos técnicos demonstram a existência de mercado potencial e emergente para comercialização das frutas nativas, que apresentam grande diversidade e já são bastante consumidas pela população local.

O projeto é de autoria da equipe técnica da regional Vale do Ribeira do Pólo Regional de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio, órgão que integra a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Cópia do estudo foi entregue à deputada Maria Lúcia Prandi pelo vereador de Iguape Valter Xavier (PT), que está entusiasmado com a nova perspectiva.

"O projeto cria alternativas concretas para o agricultor familiar e está afinado com as políticas de conservação e desenvolvimento sustentável da Mata Atlântica", afirma Xavier. Foram identificadas algumas dezenas de espécies de diferentes famílias que produzem frutos comestíveis, com formas variadas, cores atrativas e sabor característico.

Avalia-se que as possibilidades são bastante promissoras. "Poderíamos ter o plantio de espécies frutíferas adaptadas à região e a prática de extrativismo em pequenas propriedades. Com os frutos, podem ser produzidos licores, geléias e compotas, que têm grande aceitação", enfatiza o vereador.

A deputada Prandi acrescenta outra perspectiva favorável: a produção de mudas das espécies nativas para comercialização. A parlamentar acredita que as novas alternativas, além de beneficiarem o agricultor familiar, deverão atrair empresas para a região, gerando novas possibilidades de emprego e renda.

Como parte do projeto, está prevista a instalação, em Iguape, de dois viveiros de plantas nativas, ao custo de R$ 16 mil cada, a serem entregues a duas entidades: Sociedade Amigos, Moradores e Produtores de Itimirim e Associação dos Jovens da Juréia. A deputada Maria Lúcia Prandi protocolou indicação na Assembléia Legislativa, apontando a necessidade de o governo do Estado priorizar a iniciativa.

O projeto está afinado com as políticas de conservação e desenvolvimento sustentável para a Mata Atlântica. Essas políticas invariavelmente destacam o uso sustentado dos recursos naturais e florestais como a melhor forma de garantir a proteção da diversidade biológica, preservar a qualidade ambiental e proporcionar o desenvolvimento social, em bases que assegurem a importância das comunidades tradicionais e locais.

Os autores da proposta lembram que a certificação socioambiental do produto, com selo verde ou mecanismo semelhante, seria uma boa estratégia para garantir bons preços e competir com as frutas tradicionais. "O projeto está muito bem fundamentado e seu custo é baixo. A previsão é que o investimento fique em torno de R$ 300 mil, diluídos em dois anos de atividades. É um valor insignificante no contexto do Orçamento estadual, mas de muita relevância para o futuro do Vale do Ribeira", enfatiza Maria Lúcia Prandi, lembrando que, em paralelo, deverão ser elaborados o zoneamento e o plano de manejo do Vale do Ribeira.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp