Questão salarial do IPT continua em impasse


23/08/2000 17:56

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O diretor-superintendente do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Plínio Assman, participou nesta quarta-feira, 23/8, da reunião da Comissão de Relações do Trabalho para esclarecer a posição da direção do instituto quanto às políticas salarial e de recursos humanos que vêm sendo postas em prática.

O presidente da comissão, deputado Nivaldo Santana (PCdoB), recebeu também os representantes dos trabalhadores do IPT David Ceccheti, diretor- secretário do Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia (Sintpq), e José Antonio Oka, presidente da Associação dos Funcionários do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (Assipt), que entregaram aos membros da comissão um documento relatando a situação atual do instituto.

Plínio Assman anunciou que a direção do IPT entrou nesta quarta-feira com pedido de efeito suspensivo da decisão do TRT, de 20 de julho, que concedia reajuste salarial de 5% e manutenção dos benefícios aos funcionários do instituto. "Esse pedido encaminhado ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) é algo que não gostaria de fazer, mas o faço em virtude de terem sido recusadas as quatro propostas já apresentadas ao trabalhadores. Não nos resta outra alternativa senão o recurso ao TST", disse Assman.

Diante da decisão do IPT de manter reajuste zero, em consonância com as diretrizes da Comissão de Política Salarial do Estado, as entidades dos funcionários informaram que, em assembléia realizada na manhã desta quarta-feira, houve rejeição unânime às propostas apresentadas pela direção, que consistem basicamente em manter alguns benefícios já adquiridos, como o auxílio creche.

Jose Antonio Oka, presidente da Assipt, disse que apesar do desempenho positivo do instituto nos últimos anos, paradoxalmente, identificam-se dois graves problemas: a não-realização de concursos públicos e a redução sistemática da dotação orçamentária. Nesse cenário, disse Oka, acrescenta-se ainda a acumulação da dívida, hoje estimada em 39 milhões de reais. "Sem recursos financeiros, com falta de materiais e atrasos no salário, a atual diretoria persiste em atuar com truculência e com a perseguição aos trabalhadores." Oka lembrou a demissão de dois funcionários demitidos que atuavam na direção das entidades de trabalhadores do IPT.

Para o presidente do Sintpq, David Ceccheti, a solução da crise do IPT deve começar pela aceitação das decisões do TRT, com a desistência de entrar com recurso no TST e com a volta atrás em relação ao afastamento dos funcionários.

O deputado Jilmar Tatto (PT) sugeriu que o IPT aceitasse a decisão do TRT, porém Plínio Assman argumento que o IPT está subordinado à Comissão de Política Salarial do Estado e não tem liberdade para decidir sobre o aumento. "Há uma orientação geral do governo e as restrições impostas pela lei de responsabilidade fiscal."

A solução do impasse entre a direção e os funcionários do IPT depende agora da decisão do TST sobre o pedido de efeito suspensivo. O presidente da Comissão de Relações do Trabalho da Assembleía, Nivaldo Santana, no entanto, propôs que se convocasse o coordenador da Comissão de Política Salarial do Estado para esclarecer todos os aspectos que se interpõem como obstáculos ao processo de negociação.

alesp