Opinião - Maconha: um caminho que pode não ter volta


12/07/2011 12:33

Compartilhar:


Minha postura sobre a legalização ou mesmo a descriminalização da maconha não apenas continua intacta, mas também se fortalece cada vez mais. Não precisamos ir muito longe para ver os malefícios e a destruição que essa droga traz ao individuo que a utiliza e a toda a sua família. Na verdade, a grande maioria dos viciados começou com drogas mais leves, como o cigarro e o álcool, e depois partiu para a maconha ou mesmo drogas mais pesadas. Mas nem sempre esse caminho tem volta.

Recentemente, o ex-jogador de futebol e comentarista Walter Casagrande Jr. falou no palco do "Domingão do Faustão", exibido pela TV Globo, sobre depressão e a dificuldade para se livrar do vício em drogas. Ele afirmou que, mesmo superando o vício, a luta é constante para não sofrer uma recaída. O filho de Casagrande ainda deu um depoimento emocionado, dizendo que, por causa do vício do pai, ele perdeu seu melhor amigo. Emocionado, Casagrande garantiu que não perderá a chance de poder contar novamente com a confiança do filho.

Essa história se repete quase que diariamente, mas os defensores do uso de drogas ilícitas parecem não querer enxergar os malefícios desse vício. São muitos os que defendem arduamente a não criminalização do uso da maconha. Essa onda impulsionada por artistas, intelectuais e políticos como Fernando Henrique Cardoso é uma grande irresponsabilidade. Mas a maior parte da sociedade ainda é contrária a essa política.

A proposta do ex-presidente vai contra a experiência de países como a Holanda, que hoje é quase obrigada a rever sua política de não-combate às drogas. Mesmo sendo diferente de legalizar, descriminalizar as drogas é o mesmo que minimizar a responsabilidade e a culpa do usuário enquanto agente que financia direta ou indiretamente o tráfico, pois este compra um produto ilegal. Na verdade, esse tipo de política só aumentaria o número de usuários, algo completamente inaceitável para um país que, atualmente, não vem conseguindo dar assistência nem mesmo aos dependentes químicos existentes. Mesmo a legislação atual, na maioria dos casos, já não determina a prisão do usuário, atribuindo penas alternativas e o direito a tratamento para que ele se livre do vício.

Falta também embasamento cientifico àqueles que dizem que essa postura diminuiria a criminalidade e o tráfico de drogas. A maconha é, sim, a porta de entrada para drogas mais pesadas e mortais. O uso regular da maconha está associado a 10% dos casos de esquizofrenia. A droga, diferente do que muitos afirmam, não é inofensiva.

Infelizmente, a decisão de liberar a marcha da maconha mostrou um total retrocesso em nossa luta contra as drogas. Mais uma vez as minorias querem subjugar a maioria. A maior parte da população é contrária ou indiferente à decisão, mas não foi consultada e agora é quase obrigada a engolir isso. Na verdade, os brasileiros têm estado mais preocupados em garantir seu sustento, além de saúde e educação de qualidade para suas famílias, esses sim são assuntos emergenciais e importantes.

Esse tipo de marcha pode, sim, influenciar crianças e adolescentes a aderir ao vício. É como disse o presidente do Conselho Estadual Antidrogas (Cead) e promotor de Justiça da Infância e Juventude, Sérgio Harfouche: "Com a projeção internacional do uso da maconha, o Brasil está na contramão da vida". Realmente, a recente decisão do STF defende uma modernidade que destrói gerações.

Felizmente, esse é um movimento de pouca credibilidade social. Tenho certeza de que a sociedade e a nossa bancada não permitirá esse ato de extrema irresponsabilidade. Personalidades que defendem a liberação ou descriminalização das drogas deveriam se preocupar em fomentar atividades que envolvessem os jovens em atividades esportivas e culturais, a exemplo do que vem fazendo a Força Jovem Brasil e tantos outros grupos e organizações. Essa seria uma forma bem mais efetiva de tirar jovens das drogas e do crime.



*Gilmaci Santos é deputado e presidente estadual do PRB/SP.

alesp