Solidariedade, um presente duradouro

OPINIÃO - Arnaldo Jardim*
12/12/2003 18:08

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Natal, uma festa voltada principalmente à família. Não faltam preparativos caprichados, especialmente na ceia, nem presentes - nem que seja uma lembracinha, especialmente para as crianças. As preocupações com a festa e com a família não podem, porém, fazer com que fechemos os olhos ao que ocorre ao redor, da porta para fora, olhando, não para as pessoas, mas para a coletividade.

Se é normal gostar de reunir a família para jantar e trocar presentes, também é comum que o cidadão de classe média se encastele em sua casa ou apartamento, procurando se refugiar da violência das ruas e distanciar-se da dura realidade. Essa atitude de preservação esconde algo perturbador, uma dose de individualismo que se espalha e que acabará vitimando a própria sociedade.

Perdemos assim, a grande oportunidade de nos deixar envolver pelo espírito do Natal, marcado não só pela alegria do nascimento de Jesus, mas principalmente pela mensagem de paz, mostrada pelos pastores e reis magos nos presépios.

Solidariedade deve ser o maior antídoto ao individualismo, mas, para tanto, não basta abrir a carteira ou preencher um cheque. É preciso se doar, doar seu tempo e seus talentos para o bem comum. Ao invés de só contribuir para obras assistenciais - e são tantas instituições sérias que precisam de apoio -, visite em creches e asilos as crianças e os idosos, carentes de atenção. Participe de distribuições - de alimentos, remédios, brinquedos - para quem precisa e pratique na vida cotidiana estes princípios.

Assim, iremos além: da solidariedade do Natal um compromisso para o ano todo. Escolha uma entidade ou projeto que mereça o seu apoio e participe - há muito a ser feito para melhorar o Brasil. Basta disposição de se mirar no exemplo de muitos que já arregaçaram as mangas.

O nosso País, o nosso Estado e a cidade de São Paulo têm dado exemplos comoventes de mobilização e solidariedade. Trabalho anônimo de entidades sociais, movimentos religiosos, grupos de ajuda, organizações não governamentais multiplicam-se.

Ganham, cada vez mais, noções de organização interna, eficácia e profissionalizam-se fazendo do Terceiro Setor uma atividade relevante, inclusive economicamente.

Meus aplausos às entidades, aos voluntários que fazem esta verdadeira revolução silenciosa, e minha certeza de que o Brasil, país de congraçamento de raças e credos, de tolerância à diversidade, será também o país da solidariedade!





Arnaldo Jardim é deputado estadual, Líder da bancada do PPS, Relator-Geral do Fórum São Paulo Séc. XXI

E-mail: arnaldojardim@uol.com.br Website: www.arnaldojardim.com.br

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