Opinião - A mulher em primeiro lugar


07/03/2012 10:30

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Nesta quinta-feira, 8 de março, teremos inúmeras manifestações e eventos relacionados ao Dia Internacional da Mulher. É importante que isso aconteça, mas é pouco. A mulher, embora tenha chegado à Presidência da República e esteja presente na direção de empresas, dirigindo ônibus e pilotando aviões, ainda depende de concessões, seja para o exercício da política ou até mesmo da própria maternidade, pois a licença de seis meses ainda lhe é negada em muitas situações.

Na Assembleia Legislativa, como deputado, propus que o Estado organize e inclua no calendário de saúde da mulher a vacinação profilática contra o HPV. Solicitei a criação e instalação de Delegacias de Defesa da Mulher em diversas cidades paulistas e apoiei iniciativa do deputado Donisete Braga (PT) para que as DDM (hoje são 116 em todo o Estado) funcionem 24 horas. Pedi a construção de duas casas-abrigo na zona oeste da Grande São Paulo para atender mulheres vítimas de violência e, nesse sentido encaminhei ao Tribunal de Justiça indicação para a instalação da Vara da Violência Doméstica na Comarca de Barueri. Reivindiquei junto à Defensoria Pública a instalação de uma unidade também em Barueri e propus ao governador que São Paulo defina o valor de um salário mínimo a linha de corte para a definição do critério de vulnerabilidade social, no qual a mulher forma a imensa maioria dos cadastros. Apresentei proposta pela criação da Secretaria de Políticas para a Mulher porque entendo como importante, necessária e urgente a articulação de políticas públicas em saúde, trabalho, cultura, lazer, segurança, enfim, garantia de direitos. Não vejo como essa articulação possa ser efetiva a não ser pela estruturação de uma secretaria de Estado.

Ouvi certa vez que a mulher participa pouco da política porque tem mais o que fazer. Brincadeira à parte, sabemos que o exercício responsável da política ajuda a transformar positivamente cidades, estados e nações.

Por fim, acho que, para dar veracidade ao título deste artigo, precisamos ter consciência de que a mulher prefere conquistar espaços a recebê-los como meros presentes. A mulher precisa de reconhecimento e, sobretudo, de respeito para não ser usada como massa de manobra.

Parabéns aos homens que têm a devida dimensão da importância da mulher na construção da cidadania e da dignidade humana. (mlf)



*Gil Arantes é deputado estadual pelo DEM.

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