EMPERRANDO A POLÍCIA - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
10/11/2000 17:29

Compartilhar:


Em geral, um oficial-superior da Polícia Militar de São Paulo acaba sendo reformado, saindo da milícia, cinco anos depois de exercer as funções de coronel. Muitos desses policiais são obrigados a cair fora da corporação até mesmo com menos de 50 anos de idade e passam a curtir a aposentadoria.

Se esse interesse profissional de rápida ascensão na carreira militar pode ser considerado legítimo pelos PMs, o mesmo não se pode dizer quanto ao interesse da população. Em termos de investimento para a manutenção de uma corporação de combate ao crime, surge um enorme prejuízo. Ou seja, um coronel que levou anos e anos a fio para ser preparado, chegando até a fazer cursos de especialização no exterior, acaba perdendo a oportunidade de, no fim de sua carreira, ser mais útil. Toda a experiência desses coronéis reformados acaba sendo absorvida por empresas particulares de segurança. Isso é justo para o Estado?

Agora vem o pior: já existe na Assembléia Legislativa um projeto para que o mesmo sistema seja colocado em prática com os delegados de polícia, antecipando o fim da carreira de experientes integrantes da Polícia Civil. De acordo com o projeto, um delegado de Classe Especial, depois de cinco anos nesse topo de carreira, no auge de sua experiência, deve ser "expurgado". Esse delegado seria incluído naquilo que se chama, na gíria do funcionalismo policial, de "expulsória".

Como deputado estadual, estou tentando reformular a lei que pode afastar delegados de alta experiência. Um risco de nossa Polícia ficar mais emperrada.

(Mais informações, ligue para o gabinete do deputado Afanasio Jazadji - 3886 - 6565/6536)

alesp