Comissão de Saúde debate crise da Maternidade São Paulo

(com foto)
08/05/2001 17:42

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A crise atravessada pela Associação Maternidade de São Paulo foi o tema debatido nesta terça-feira, 8/5, pela Comissão de Saúde e Higiene, sob a presidência do deputado Caldini Crespo (PFL).

A maternidade, que tem 107 anos de existência e chegou a ser a terceira do mundo em capacidade de leitos, passa por crise financeira com o patrimônio hipotecado junto ao Banco Central.

Segundo o presidente da entidade, Carlos Roberto Catelli, os funcionários estão sem receber há 3 meses mas o hospital entrou em declínio a partir de 1985. "Os fatores principais do declínio foram a forma de gestão da máquina administrativa e a hipertrofia do atendimento a convênios. Além disso, falta investimentos em recursos humanos e tecnológicos e na manutenção do imóvel."

Catelli afirmou que a entidade perdeu parte de seu terreno para o Banco Safra e o Hotel Della Volpe, por causa de dívidas. "Foram feitas várias tentativas de solução para a crise como auditoria, parcerias com outros hospitais e com a Unimed e apelos a presidentes de estatais, ao Ministério Público e à Câmara Municipal de São Paulo", disse Catelli ressaltando que o objetivo do debate na Comissão de Saúde é buscar o apoio do Legislativo para resolver o impasse através do resgate da função de utilidade pública da maternidade e de sua inserção no sistema de saúde.

De acordo com Catelli, o hospital vai precisar da orientação do Hospital das Clínicas, da Fundap, da Fundação Getúlio Vargas e da própria Comissão de Saúde.

O coordenador de Residência Médica de Obstetrícia e Ginecologia, Paulo Afonso Marcus, falou sobre as atividades desenvolvidas pelo hospital na área de assistência à saúde da mulher. "A Maternidade trabalha na prevenção de doenças, sobretudo o câncer de mama e o de útero, no atendimento humanizado de parto e no combate à mortalidade materna dentre outros."

Marcus afirmou que o hospital possui pontos positivos para a reestruturação: anfiteatro para convenções, amplo espaço físico, equipes especializadas de anestesistas, pediatras, cirurgiões, oncologistas e outros. "Entretanto, também existem pontos negativos como a administração arcaica, a dívida bancária e as instalações antigas", destacou Marcus.

A Comissão vai apreciar o dossiê entregue pelos diretores da Maternidade para definir o que poderá ser feito em prol do hospital.

alesp