OPINIÃO- 2004 para crescer

Arnaldo Jardim*
05/01/2004 16:22

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Estamos iniciando um novo ano. Mais uma vez, o grande capital com que contamos é o talento e a garra do povo brasileiro. Um povo que insiste em acreditar. Um povo que dá demonstrações, como as ocorridas no final de ano e neste início de 2004, de solidariedade e de participação. Um povo que revela talento. Um povo que se destaca por sua civilidade no esporte, na cultura, na inovação científica e também na disposição de tentar fazer com que esta terra seja um exemplo para o mundo de convergência e congraçamento de credos e religiões.

Por isso, entro com ânimo e otimismo em 2004, mesmo com a consciência das dificuldades. As tarefas estão aí e acredito que são claras para todos. E permito-me mencioná-las:

Em primeiro lugar as reformas estruturais, apesar das dificuldades em relação à reforma tributária. O que ocorreu em 2003 foi grotesco, quando comparado com aquilo que nós desejávamos. Queríamos uma reforma que incrementasse a produção e que servisse de alavanca para a retomada do crescimento, do desenvolvimento econômico e esta deverá ser buscada em 2004.

Em segundo lugar existe a necessidade de se reformular o modelo econômico brasileiro. Este deve ser o grande debate de 2004. É preciso superar esse modelo monetarista que aí está, que sufoca a produção em favor do mercado financeiro. É preciso construir uma clara política de inversão de valores e que faça da distribuição de renda uma condição indispensável para o crescimento sustentado da nossa economia.

A par disso, teremos, também neste ano, um grande momento político - o das eleições municipais. Ao votar em prefeitos e vereadores, deveremos não só eleger os administradores com ética e com senso público para governar as cidades de modo mais transparente. Precisamos também estimular os políticos comprometidos com programas que favoreçam propostas concretas - e que tenham uma visão das alternativas econômicas para suas cidades.

Essa visão e esse compromisso com as necessidades locais fazem parte da estrutura mais básica do processo democrático. É na cidade, no município, que vivemos. No entanto, é comum encontrar pessoas que nem se lembram em quem votaram para vereador no último pleito. Um velho ditado afirma que "o que engorda o boi é o olho do dono". Pois é a atenção do cidadão - aquele que paga os impostos - que poderá aperfeiçoar a democracia brasileira, ao exigir mais transparência nos gastos públicos e mais ética na política.

O cidadão brasileiro precisa aprender a arrumar a própria casa e as eleições municipais deste ano representam uma oportunidade de exercer não só o direito de votar, mas de participar das decisões sobre o que será feito com o dinheiro dos impostos arrecadados.

Ao que tudo indica, este será um ano muito especial. Um ano em que poderemos fazer a virada que nosso país há tanto tempo necessita, um 2004 para crescer!





*O deputado Arnaldo Jardim, 48 anos, é engenheiro civil e líder da bancada do PPS na Assembléia Legislativa

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