Indicador de longevidade do IPRS é tema de debate


11/05/2004 20:44

Compartilhar:


DA REDAÇÃO

"Já estamos usando, há alguns anos, os indicadores de longevidade do Índice Paulista de Responsabilidade Social, pois consideramos uma boa informação, vital para quem é responsável por gerir o sistema de saúde de todo o Estado", declarou Arnaldo Sala, diretor técnico de Saúde da Secretaria de Estado, no debate sobre os aspectos metodológicos do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IRPS), promovido na manhã desta terça-feira, 11/5.

Segundo Arnaldo Sala, o Estado deve estar ciente de sua função e atento para a questão das diferenças que marcam os vários municípios. "A Secretaria precisa mapear essas diferenças para elaborar políticas públicas específicas para cada região. Somente com a regionalização vamos diminuir as desigualdades, buscando a melhoria dos níveis de saúde da população. Daí a importância dos indicadores sintéticos", ressaltou.

Municípios pequenos

Arnaldo Sala comentou o caso dos municípios com menos de 10 mil habitantes - maior parte dos municípios paulistas - que, segundo ele, "criam um problema no momento de fazer a análise na área de saúde, devido à quantidade de eventos ser muito baixa". Tomando como exemplo a mortalidade infantil, o técnico falou da importância de se tomar cuidado para proteger a criança do óbito. "É preciso trabalhar não só com o evento em si, mas também com a possibilidade do evento", opinou, recomendando que "seja pensada uma forma diferenciada para trabalhar esses indicadores nos municípios pequenos".

Longevidade

Ao discutir a questão da longevidade, a professora Rita Barradas, da Faculdade de Medicina da Santa Casa da Misericórdia de São Paulo, insistiu na questão de que a mortalidade perinatal resulta tanto do pré-natal quanto da assistência direta ao parto. "Se usar esse indicador para medir a política de saúde em nível local terei problemas, porque temos poucos municípios no Estado que dispõem de recursos de média e alta capacidade na assistência ao recém-nascido", ressaltou. E acrescentou: "O grande desafio é fazer um esforço para tentar identificar eventos que não deveriam ocorrer, mas que refletem falhas no nível de atenção primária, usando os indicadores para mostrar o que não funciona para determinados eventos".

Indicador de trabalho

"O IPRS conseguiu fugir dos problemas gerais dos indicadores. É mais um indicativo de trabalho do que de resultados, devido ao objetivo de dar insumo de informações às políticas públicas", refletiu o diretor adjunto do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas da Unicamp, Geraldo Biassotto Júnior, que ressaltou também a importância de o índice trabalhar com grupos, dada a necessidade de olhar o movimento real da economia e das políticas públicas que vêm sendo realizadas. E arrematou: "A importância do IPRS é que ele tem um caráter mais de trabalho, mais de análise do processo do que simplesmente um indicador de tendências. Tal fato é relevante para um índice que quer trabalhar com longevidade".

A coordenação dos trabalhos na manhã desta terça-feira ficou a cargo da analista de projetos da Área de Saúde da Fundação Seade, Zilda Pereira da Silva.

alesp