Opinião - SP precisa se apressar para a Copa de 2014


02/07/2009 17:05

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Como torcedor esportivo, especialmente do futebol, tenho acompanhado com preocupação o andamento dos preparativos para a realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Principalmente em São Paulo, onde a infraestrutura estabelecida pela Fifa, organizadora do maior evento esportista do mundo, anda a passos de tartaruga. O secretário executivo da entidade, Jerome Valke, por exemplo, tem feito constantes críticas ao estádio do Morumbi, de propriedade do São Paulo Futebol Clube, que seria sede das partidas na capital paulista e abrigaria a abertura da Copa no Brasil.

As críticas não só de dentro da Fifa, mas de outros setores do futebol e fora do eixo esportivo, têm lá seus fundamentos. O São Paulo precisa arrecadar mais de R$ 300 milhões para a reforma de seu estádio, conforme projeto do premiado arquiteto Ruy Ohtake, que prevê a cobertura do campo e do estacionamento, mudanças nas arquibancadas, entre outras obras. Uma das minhas preocupações, nesse caso, é que todas essas obras em relação ao estádio, que deverá ser o palco do primeiro jogo da Copa, é que até o momento não saíram do papel.

Aproveito para citar uma situação que serve como paralelo à direção do São Paulo. No final de junho do ano passado, como conselheiro que sou da Sociedade Esportiva Palmeiras, trabalhei e participei da aprovação do ambicioso projeto da arena multiuso para abrigar os espetáculos de futebol da equipe palmeirense. Seriam utilizados cerca de R$ 200 milhões no projeto, ou seja, menos do que o São Paulo necessita para deixar o Morumbi dentro das especificações da Fifa. Na ocasião, a diretoria do Palmeiras chegou a divulgar que as novas e modernas instalações poderiam ser usadas para jogos da Copa 2014. Entretanto e infelizmente, passado todo esse tempo, o projeto da Arena do Palmeiras não andou. Preocupa-me, portanto, que isso venha a ocorrer também com o São Paulo.

A construção de outro estádio seria inviável, mesmo porque cabe perguntar que organização teria condições para tal empreitada? Outra questão que deve ser analisada, na hipótese de ser construído um novo estádio na Capital ou Grande São Paulo, é sobre o que será feito com a nova praça esportiva depois de encerrada a Copa do Mundo, para não cairmos na mesma situação em que ficou o chamado "Engenhão", no Rio de Janeiro, erguido para abrigar os Jogos Panamericanos.

Existem outros pontos que devemos considerar. A possibilidade de liberação de recursos públicos para aplicação em praças esportivas ou em obras de apoio deve ser descartada. Construir grandes estruturas somente para servir aos jogos e depois deixá-las como "elefante branco", também não podemos apoiar. Precisamos também impedir que patrocinadores da Copa do Mundo interfiram no comportamento das torcidas, tais como a nociva liberação de venda de bebidas alcoólicas nos locais de jogos. Enfim, são situações colocadas que como esportista amante do futebol preocupam-me e, por isso, precisam ser analisadas por todos os setores envolvidos na organização da Copa para que o sucesso, em todos os sentidos, seja a marca do evento em São Paulo e no Brasil.



*Vitor Sapienza é deputado estadual pelo PPS.

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