O deputado Fausto Figueira (PT), 1º secretário da Assembléia, considerou correta a iniciativa da bancada petista em protocolar, junto à Procuradoria Geral de Justiça, representação pedindo apuração de suposta troca de voto na Assembléia Legislativa por ajuda financeira do governo do estado. A acusação veio a público na edição de quarta-feira, 6/7, com a reportagem do jornal Folha de S. Paulo. O jornal mostrou a existência de uma fita gravada que reproduz conversa telefônica entre os deputados estaduais Romeu Tuma (PMDB) e Pascoal Thomeu (PTB), na qual é comentada essa troca. "Nossa bancada quer saber se houve crime contra a administração pública", observou Figueira.

Na conversa entre os dois deputados, ocorrida em 15 de março passado, Romeu Tuma tenta convencer Paschoal Thomeu a votar em Rodrigo Garcia (PFL), que disputava a presidência da Assembléia com o candidato Edson Aparecido (PSDB), apoiado pelo governador Geraldo Alckmin. Thomeu, na fita, disse que votaria no candidato de Alckmin porque o governador prometeu-lhe ajuda. Diz que suas "seis firmas" estão "em situação muito difícil" e que está vendendo "umas terras para a CDHU", a Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano.

Ao dizer que não pode "cuspir no prato em que comeu", Thomeu teria justificado que o governador em pessoa prometeu-lhe ajuda, mostra o trecho da reportagem. O deputado Paschoal Thomeu é proprietário de imóvel com 753.580 m² no bairro de Bonsucesso, na periferia de Guarulhos, cidade onde já foi prefeito.

A representação foi entregue na tarde de quinta-feira, 7/7, pelo líder da bancada petista, Renato Simões, ao procurador-geral Rodrigo César Rebello Pinho. "Indicamos como medida emergencial a requisição de cópia da gravação da conversa entre os deputados citados na reportagem. É o primeiro passo para apurar se houve crime contra a administração pública ou conduta de improbidade administrativa por parte do governador, ou sob sua responsabilidade", disse Simões.



fausto@faustofigueira.com.br