Opinião - São Paulo pode vencer a guerra contra as doenças da água

"A falta de tratamento de esgotos domésticos continua sendo a maior causa da poluição de nossos rios"
20/09/2011 15:57

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De acordo com a Organização das Nações Unidas, mais de três mil crianças morrem por dia em todo mundo por doenças resultantes da falta de água tratada. Isso significa que mais de 1,5 milhão de crianças morrem todo ano por doenças relacionadas à ausência de saneamento básico, que representa, portanto, o grande desafio no século 21 para que a vida seja garantida em plenitude para todos os povos.

O Brasil infelizmente não está livre das doenças de veiculação hídrica, que continuam provocando milhares de internações e muitas mortes anuais. A maior causa dessa tragédia social é o enorme déficit no saneamento básico ainda existente no nosso país, fruto do descaso de sucessivos governos ao longo do século 20.

Nos últimos anos houve uma renovação de esperanças, em função da retomada de investimentos em saneamento por parte do governo federal e da publicação de novas leis que garantem a universalização do saneamento, em benefício das atuais e futuras gerações.

Entretanto, muito ainda está para ser feito, inclusive no Estado mais rico da federação, o nosso querido São Paulo. O povo paulista não pode mais aceitar que, com tantos impostos pagos e riquezas geradas no Estado, ainda tenhamos um índice de tratamento de esgotos urbanos de cerca de 40%.

A falta de tratamento de esgotos domésticos continua sendo a maior causa da poluição de nossos rios e, por consequência, da água suja, grande veículo de disseminação de doenças que ainda são letais, como a diarreia.

A humanidade já aboliu a escravidão. No século 21 a sociedade mundial tem diante de si o desafio de parar o holocausto representado pela morte de milhares de crianças por falta de água tratada. O Estado de São Paulo, que orgulha o Brasil por seu dinamismo econômico, que tem por sua força migratória um Brasil em si, deve dar o exemplo no país, viabilizando todos os esforços para garantir o tratamento integral de seus esgotos urbanos.



*Ana Perugini é deputada estadual, coordenadora da Frente Parlamentar de Acompanhamento das Ações da Sabesp

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