Comissão realizará audiência pública para discutir violência na escola


03/06/2005 12:02

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A constatação de que 35% dos alunos já viram algum tipo de arma nas escolas, revelada em pesquisa da Unesco (Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura), reforçou a urgente necessidade de aprofundar a discussão sobre o drama da violência no ambiente escolar. Presidida pela deputada Maria Lúcia Prandi (PT), a Comissão Permanente de Educação da Assembléia Legislativa marcou audiência pública para discutir o assunto no próximo dia 14, às 14h30.

"A realização da audiência já estava aprovada na Comissão e atende solicitação de entidades da Educação, professores e pais. Vamos ter mais elementos para nos debruçar sobre o tema" informa a deputada Prandi.

Em fase de acabamento, o estudo da Unesco refere-se a informações coletadas entre 2002 e 2004. Foram ouvidos 10 mil alunos e três mil professores de 143 escolas públicas de seis capitais brasileiras " São Paulo, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, Belém e Distrito Federal.

Para a parlamentar "é preciso analisar o tema, discuti-lo, buscar alternativas e até mesmo formar uma rede para propor estratégias de combate a esse tipo de violência".

A Comissão pretende reunir representantes das secretarias estaduais de Educação e de Segurança Pública, as entidades de representação das categorias do ensino, professores, pais e alunos. "Certamente a violência não é um fenômeno social recente, mas as suas manifestações se multiplicam e os atores envolvidos também. Preocupa-nos o envolvimento de pessoas cada vez mais jovens e o crescimento no ambiente escolar, que tem a missão de formar e contribuir na construção de uma sociedade mais solidária, justa e humanitária", argumenta a deputada Prandi.

Segundo as informações, já divulgadas sobre a pesquisa da Unesco, além dos 35% de estudantes (um contingente de cerca de 585 mil alunos), 29% dos adultos (corpo técnico-pedagógico) já viram algum tipo de arma na escola. As armas mais comumente vistas são as brancas, ou seja, lâminas metálicas que podem cortar e perfurar, com predominância do canivete e das facas. O revólver aparece em terceiro lugar.

A pesquisa também revela que 20 mil estudantes confessaram que já entraram com algum tipo de arma nas escolas, por vários motivos. "Evidentemente, não podemos dissociar a violência na escola da violência que está presente no cotidiano da nossa sociedade", ressalta Maria Lúcia Prandi. No entanto, a parlamentar pondera que, embora a violência social penetre no ambiente escolar e o afete, há que se verificar, igualmente, até que ponto a escola também produz violência.

Sobre a audiência do dia 14, a deputada afirmou: "Pretendo que este seja o primeiro de muitos encontros. Algo precisa ser feito. Com a soma de esforços, poderemos formar uma rede de apoio e de combate a esta dramática questão da violência na escola", arremata Prandi.

mlprandi@al.sp.gov.br

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