UM MERCADO COM BOAS PERSPECTIVAS - OPINIÃO

Antonio Duarte Nogueira Júnior*
25/10/2000 11:14

Compartilhar:


Uma das áreas que mais se expande, o setor de tecnologia é, conseqüentemente, o que mais oferece vagas de trabalho. Para o profissional que está no mercado, as perspectivas são de crescimento e estabilidade. Já para quem quer entrar nele, o problema é enfrentar as exigências, que começam com uma boa formação.

Dados da Secretaria de Estado do Emprego e Relações do Trabalho indicam que os menos escolarizados são os que correm risco maior de perder o emprego. Das 20.376 pessoas demitidas em Ribeirão Preto, por exemplo, entre janeiro e maio deste ano, 63,7% possuíam até o 1º grau completo, enquanto 28,7% desses trabalhadores tinham 2º grau completo e 7,6% dispunham de diploma de curso superior. Entre contratações e demissões, a indústria, a construção civil e a agropecuária foram as áreas que registraram saldo positivo, ou seja, admitiram mais do que demitiram.

Na média de desempenho, a indústria foi o setor que mais empregou em agosto, segundo levantamento mais recente do IBGE, registrando um aumento de 1,3% na oferta de emprego em relação ao mesmo período do ano passado. Esses indicadores registram a tendência que apontamos no começo, que são as boas perspectivas na área de tecnologia. Nos Estados Unidos, por exemplo, há mais de 400 mil vagas nas áreas de informação e tecnologia e, nos próximos oito anos, 138 mil novos profissionais estarão no mercado.

A faixa etária de 18 a 29 anos é a segunda que mais emprega, atrás de profissionais que têm entre 30 e 49 anos, considerados mais experientes, ainda segundo dados de Ribeirão Preto disponibilizados pelo governo estadual. A formação qualificada de mão-de-obra aparece como ponto fundamental nessa perspectiva de mercado de trabalho e o equipamento que mais se aproxima dessa necessidade são as Faculdades de Tecnologia (Fatecs).

Instituições públicas e gratuitas, as Fatecs visam atender segmentos emergentes da atividade industrial e seus cursos são voltados às vocações das regiões onde estão funcionando. Há, atualmente, nove Fatecs em todo o Estado, com formação em processamento de dados em pelo menos quatro unidades. Em Ribeirão Preto, uma nova Fatec deverá entrar em atividade até 2002, com cursos destinados às áreas que o mercado estiver exigindo.

Uma Fatec em Ribeirão Preto será um complemento ao mercado universitário público e também à vocação da cidade de se transformar em um centro do agronegócios. Com inclinação econômica e mão-de-obra qualificada, os elementos dessa cadeia acabam chegando à cidade por atração.



*Antonio Duarte Nogueira Júnior é engenheiro agrônomo, deputado estadual, vice-líder do Governo na Assembléia Legislativa e vice-presidente do PSDB de São Paulo. Foi secretário estadual da Habitação no governo Covas (1995/96).

alesp