Deputada quer investigação sobre a morte de trabalhador portuário


09/04/2007 17:54

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A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) defende uma investigação "isenta e completa" para elucidar as circunstâncias do acidente que provocou a morte do operador Francisco Gomes de Souza, na madrugada do último dia 31, em um terminal de granéis do porto de Santos. A vítima, de 32 anos, atuava no embarque de soja e acabou sendo soterrada pelo produto. A deputada defende que haja rigor na apuração das responsabilidades.

Prandi tem sido firme em exigir condições dignas e seguras de trabalho no porto de Santos e no pólo petroquímico de Cubatão, que apresentam um histórico cruel de acidentes. É autora de várias representações ao Ministério Público para que não haja impunidade e para que as condições de segurança sejam aperfeiçoadas. Em 2005, por sugestão da deputada, a Codesp realizou um amplo seminário para debater a questão.

"Os índices de acidentes devem ser reduzidos ao mínimo. As ocorrências são uma chaga no mundo do trabalho", afirma Maria Lúcia. Conforme enfatiza, as mortes, sempre trágicas, causam revolta e angústia. "Francisco tinha apenas 32 anos de idade e toda uma vida pela frente. Um lar foi destruído. O trabalho tem que dignificar o homem, e não fazer cessar bruscamente a sua vida. O caso não pode cair no esquecimento", afirma. O acidente ocorreu por volta de 2 horas da manhã, no armazém da Caramuru Alimentos.

Testemunhas informaram que Francisco foi soterrado no momento em que subiu em uma máquina, conhecida como vazador, para desobstruí-la. Ao fazê-lo, foi levado junto com a soja que estava sendo transportada. "Será que essa obstrução é rotineira? A máquina apresentava defeito? Será que Francisco estava exposto a uma sobrecarga de trabalho?", questiona Prandi.

O Corpo de Bombeiros foi acionado e localizou o corpo. O Instituto de Criminalística realizou o exame inicial e a ocorrência foi encaminhada ao plantão do 3º Distrito Policial de Santos. As responsabilidades serão apuradas por meio de um inquérito policial.

A deputada Prandi defende que a Subdelegacia Regional do Trabalho também participe da apuração dos fatos, de modo a assegurar total isenção. Em ofício encaminhado à subdelegada Rosângela Mendes Ribeiro Silva, a parlamentar pede para ser informada sobre o andamento da investigação, para que possa adotar as medidas cabíveis no âmbito da ação parlamentar.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp