O governo português está realizando uma "reformulação financeira" em suas representações diplomáticas, mas o consulado santista não está entre as repartições que podem ser desativadas de imediato. A informação foi prestada às deputadas Telma de Souza (federal) e Maria Lúcia Prandi (estadual), ambas do PT, pela conselheira de Assuntos Consulares de Portugal, Carla Grijó, durante audiência em Brasília, em 19/4.

Segundo o jornal A Tribuna, o fechamento faria parte de um pacote de medidas do governo de Portugal para reduzir gastos com representação internacional. Com o fim das atividades em Santos, o atendimento ficaria concentrado na unidade de São Paulo.

As deputadas entregaram documento assinado por elas e pelo vereador santista Ademir Pestana (PT), reivindicando a manutenção do consulado. Além de relembrar os laços históricos entre a Baixada Santista e a comunidade " mais de 90 mil pessoas entre portugueses natos e parentes constituem 7% da população da região ", o texto ressalta as dificuldades a que seriam submetidos os idosos que recebem auxílio financeiro do governo lusitano. "Esse pagamento é feito por cheque e precisa ser retirado no próprio consulado", lembra Maria Lúcia. De acordo com informações de Vasco de Frias Monteiro, representante regional da comunidade, cerca de 500 pessoas residentes na Baixada têm direito ao benefício chamado Azic.

Já o vereador Ademir Pestana, que também preside a Sociedade de Beneficência Portuguesa, ressalta a íntima relação entre Portugal e a cidade de Santos. "Desde a definição do próprio nome da cidade, passando pelas influências culturais e arquitetônicas, até importantes empreendimentos, a presença portuguesa é sentida em nosso cotidiano. Tanto que Santos é considerada a mais portuguesa das cidades brasileiras", argumenta.

"Queremos a força e o apoio da embaixada de Portugal para manter o consulado de Santos aberto. Mais do que uma simples medida administrativa, a continuidade da representação manterá pulsando forte o coração lusitano que bate no peito da Baixada Santista", concluem Maria Lúcia, Telma e Ademir.

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