Em seus quase seis anos e meio de atuação, o governo estadual do PSDB ficou o tempo todo fazendo publicidade da sua provável eficiência na luta para recuperar da crise as desgastadas finanças de São Paulo. Uma vez que, principalmente entre 1998 e 2000, o então governador Mário Covas insistiu em dizer que as contas estavam saneadas, nada mais justo que agora o governador Geraldo Alckmin, finalmente, compense o sacrifício dos funcionários públicos do Estado.

Os servidores, com raras exceções, estão durante todo o período de domínio tucano sem receber reajustes salariais, como se realmente não existisse inflação. E um dos setores mais atingidos pela injustiça é a Polícia. Policiais Civis e Militares paulistas, que tiveram sua autoridade desmoralizada pelo próprio governo com a insistência de Covas de indicar secretários da Segurança Pública sem o mínimo preparo para o cargo, vêm sendo humilhados por outro fator: a falta de reajustes enfraqueceu seu poder aquisitivo e limitou seus horizontes. Não se pode aceitar, por exemplo, que um policial militar de São Paulo com 10 anos na ativa esteja recebendo só R$ 1.000,00 por mês para enfrentar inúmeros bandidos, enquanto os de Alagoas ganham R$ 4.373,00. Além de tudo, a TV Globo, sabe-se lá com que interesse, fica veiculando reportagens tentando mostrar que policiais de São Paulo são corruptos. Pois bem. Quero garantir que, como deputado estadual conhecedor desse grave problema, apóio o movimento de associações de policiais por reajustes e não aceito as desculpas do secretário da Segurança, Marco Vinicio Petrelluzzi, de que não existe dinheiro para isso. O governador Alckmin tem de se sensibilizar diante dessa realidade.

*Afanasio Jazadji é jornalista, radialista e deputado estadual, vice-líder do PFL.