O setor educacional de São Paulo teve na semana passada mais uma grande notícia. Trata-se do programa de formação universitária, lançado pelo governador Geraldo Alckmin e voltado aos sete mil professores efetivos das duas mil escolas da rede de ensino do Estado.O programa de formação universitária dará uma oportunidade para os professores que não tiveram condições de fazer um curso superior, além de garantir a continuidade desses docentes na rede pública de ensino. É que, pela Lei de Diretrizes e Bases, que estabelece parâmetros para a educação brasileira, até 2006 todo os professores de 1.ª a 4.ª séries do Ensino Fundamental deverão ter formação universitária. Até então, os cursos de Magistério, que correspondem ao Ensino Médio, já habilitava para lecionar de 1.ª a 4.ª séries.Estão sendo aplicados cerca de R$ 50 milhões no programa, recursos que estavam previstos no pacote dos R$ 600 milhões de investimentos que o governador Mário Covas anunciou em novembro do ano passado para o setor. Esse dinheiro é extra-orçamentário, ou seja, não está incluído na verba que o Estado tem de destinar anualmente para a Educação. Significou um incremento de 10% ao que o governo estadual aplicou no setor no ano passado.É um grande avanço no setor educacional, já que o programa permite a reciclagem e o contato do professor com tecnologias, correntes pedagógicas e experiências que estão dando certo tanto no Brasil como em outras partes do mundo. É uma forma de valorizar e investir no profissional da Educação. Os cursos foram desenvolvidos em parceria com a USP, Unesp, Unicamp e PUC-SP e serão ministrados em 29 cidades do Estado, entre elas Ribeirão Preto. Além desse programa, os investimentos anunciados pelo governador Covas já permitiram pelo menos outro estímulo aos professores: a concessão de um abono salarial para os docentes que variaram de R$ 500 a R$ 3.000, baseados em critérios como freqüência. Foi uma espécie de 14.º salário à categoria.Os investimentos também estão sendo aplicados na ampliação de vagas. Outros R$ 50 milhões foram destinados a um convênio com o Senac que disponibilizou 50 mil bolsas de estudos em cursos profissionalizantes. É o programa "Profissão", lançado pelo governador Alckmin, voltado a jovens que estão concluindo o Ensino Médio que não podem ou não desejam fazer um curso superior, mas que precisam de uma profissão para entrar no mercado de trabalho.Só em Ribeirão Preto, o programa "Profissão" permitiu que se dobrasse o número de vagas no ensino profissionalizante, já que foram disponibilizadas 600 bolsas de estudos em cursos voltados à prestação de serviços.Esses são alguns exemplos de investimentos feitos pelo governo no setor, considerado fundamental para a formação do cidadão. Estão sendo viabilizados graças ao ajuste fiscal e pela visão dos governadores Covas e Alckmin de que o Estado deve garantir oportunidades, sobretudo aos que mais precisam da presença do poder público. * Duarte Nogueira é líder do governo na Assembléia Legislativa, vice-presidente do PSDB de São Paulo e ex-secretário de Estado da Habitação no governo Covas (95/96)