Opinião - Desenvolvimento econômico e assistencialismo


23/11/2011 10:03

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A assistência aos mais pobres, principalmente aos que se encontram na miséria, é um dever dos nossos governantes. Merecem elogios todas as iniciativas dos poderes públicos na área social, principalmente aquelas que buscam matar a fome dos indigentes.

Que isto seja feito sem demagogia e sem a intenção de tirar proveitos políticos, mas verdadeiramente para atender as emergências, fruto de uma péssima organização social que propicia a existência de milhões de excluídos dos direitos básicos das pessoas, entre os quais o da alimentação.

Para o trabalhador sadio é humilhante receber de esmola uma cesta básica. Deixa de sê-lo (conforme os versos do Luiz Gonzaga, "dar esmola para um homem que é são ou mata de vergonha ou vicia o cidadão") quando o homem se desfaz da sua própria dignidade e fica viciado na ociosidade premiada pela distribuição de alimentos. O cidadão sadio quer, sim, emprego e oportunidade de trabalho para, com seu salário, comprar o necessário à subsistência da sua família. O operário se orgulha em dizer que "vive" do seu salário...

A agricultura é uma das fontes de emprego em nosso país: milhares de famílias, em nossa região, têm sua renda doméstica originada do trabalho em setores como cana, café, frutas, soja, amendoim, milho, arroz, feijão, algodão e tantos outros produtos, hoje cultivados com técnicas modernas, alcançando altos índices de produtividade e garantindo sucesso em nossas exportações.

O território brasileiro, pela sua dimensão, apresenta características regionais bem diferentes, havendo espaço para os diversos tipos de exploração do solo. Em algumas regiões, consegue-se maior produção e produtividade em grandes propriedades com equipamentos e máquinas dotadas de alta tecnologia. Em outras regiões é possível e até recomendável a instalação da chamada "agricultura familiar ou agricultura de subsistência".

Para os dois tipos de produção deve o governo dar sua atenção e estímulos. Através da agricultura familiar é possível fixar inúmeras famílias no campo, aliviando a concentração demográfica urbana, diminuindo o número de desocupados e fazendo pequenos proprietários que, com o tempo, poderão ampliar suas atividades com a assistência e o apoio dos poderes públicos.

A produção em maior escala para o mercado interno e externo também deve ser estimulada para que o Brasil continue a ser um grande produtor, cumprindo, mesmo, sua vocação para celeiro do mundo. (mlf)



*Welson Gasparini é deputado estadual (PSDB) e ex-prefeito de Ribeirão Preto

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