O fim da longa rebelião no principal presídio do Paraná terminou aparentemente com a ajuda de um herói: o ministro da Justiça, José Gregori. Herói? Fazendo o que fez? Ele rebaixou-se de sua condição de ministro, aceitou a pressão de criminosos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) naquele presídio e acabou assinando um ofício que garantia integridade física a esses bandidos e homologava o acordo para a transferência de detentos. Não há dúvidas: Gregori, o ministro mais trapalhão do governo FHC, fez um acordo com o crime. Ao agir assim, fazendo concessões a presos que mataram três detentos e um refém, degolando dois desses companheiros de cela, o ministro incentiva novos motins. Além de tudo, ele meteu-se em assuntos de um Estado, o Paraná. Gregori é ministro da Justiça, cargo administrativo do Poder Executivo federal, e não dono do Judiciário. Os presos invertem os papéis, impõem normas, dizem o que o ministro vai fazer, torturam reféns e aplicam pena de morte. Gregori mostra-se covarde, irresponsável, pusilânime. Se o presidente FHC não tem outro para o cargo, é melhor extinguir o Ministério da Justiça.

*Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL.