DA REDAÇÃO Em reunião realizada nesta terça-feira, 4/12, a Comissão de Defesa do Meio Ambiente, presidida pelo deputado Rodolfo Costa e Silva (PSDB), debateu a racionalização do uso da água.O vice-presidente da Sabesp, Marcelo Freitas, afirmou que a empresa tem um programa próprio de recuperação da água. "Muitas pessoas acreditam que a Sabesp não deveria incentivar a economia de água, uma vez que a empresa lucra com o consumo", disse Freitas, destacando que os mananciais não são de propriedade da empresa, mas públicos.O técnico Paulo Massati, também da Sabesp, apresentou dados sobre a situação da reserva de água no Estado. "São Paulo detém 1,6% da reserva de água brasileira. Entretanto, muitas bacias, como Alto Tietê e Piracicaba, estão em situação crítica, ou seja, com o consumo de 100% da reserva."Quanto ao Programa do Uso Racionalizado da Água (Pura), o técnico explicou que o objetivo é atuar sobre a demanda, observando a situação estrutural, a escassez e a preservação da natureza.Capacidade esgotadaA preocupação do professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, Ricardo Toledo Silva, é que a Sabesp saiba definir qual o momento de "soltar o gatilho" no que se refere à gestão da demanda. "Há medidas pesadas, como substituir componentes como torneiras e válvulas, ao contrário de leves campanhas publicitárias que incentivam a redução do consumo."A deputada Maria do Carmo Piunti (PSDB) levantou o problema do mau cheiro exalado pelo sistema Guarapiranga. Massati garantiu que a potabilidade da água está assegurada, conforme as normas do Ministério da Saúde. "A concentração de algas provoca esse odor. A Sabesp tem procurado a utilização de carvão ativado, porém esse componente é limitado no mercado brasileiro", destacou Massati.O técnico também disse que a maior preocupação do setor é que a empresa não tem mais de onde tirar água. "Todas as nascentes têm barragens, a Guarapiranga esgotou sua capacidade e obteve a meia solução de desviar água da represa Billings."O presidente da Comissão informou que a política de aumentar tarifa para reduzir o consumo não ataca o problema da escassez. "O ideal é investir na tecnologia (substituição de equipamentos externos e internos de residências) e modificar a cultura popular sobre consumo."