Opinião - As eleições de 2008 já deveriam fazer parte do passado


04/02/2009 20:04

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Participamos das eleições municipais de outubro, numa disputa acirradíssima, da qual saímos melhor do que entramos, ou seja, ter ficado em segundo lugar nas eleições para prefeito de Taubaté foi uma grande vitória. Afinal, não contávamos com o peso da máquina administrativa e tampouco tínhamos o braço protetor de algum figurão da política local.

Fomos e ainda somos independentes politicamente e despontamos na política graças aos nossos próprios méritos e pelo reconhecimento da população, que sabe o quanto trabalhamos pelo bem de Taubaté. Não nos consideramos derrotados, pois, além da diferença mínima, pudemos contar com o apoio de um terço dos eleitores, enquanto o eleito tem, contra si, mais da metade da população.

Nesse contexto, o incidente ocorrido no dia 30/1, na reunião do Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba), quando houve um momento de constrangimento por conta do comportamento inadequado e agressividade gratuita do prefeito de Taubaté, demonstra que há muito a ser amadurecido na nossa política. O prefeito não soube respeitar o momento e aproveitou para, mais uma vez, se fazer de vítima e lamentar que esteja sendo "perseguido".

Ora, é preciso esclarecer que, os processos que movemos contra ele foram muito bem fundamentados, motivados por uma única razão: fomos prejudicados, pois o processo eleitoral foi maculado pelo uso indevido da máquina e até pela compra de votos. Usamos nosso direito de pedir Justiça. As provas foram encaminhadas juntamente com os respectivos processos e cabe agora aos magistrados definir quem está com a razão.

Tais processos, porém, não afetam o dia-a-dia da prefeitura e não podem ser utilizados como desculpa para a ineficiência administrativa, como vem sendo amplamente espalhado pelo prefeito, seu staff e por políticos que se alinham a ele. Nenhum desses processos, aliás, têm a ver com o nepotismo praticado na prefeitura.

Querem é fazer o deputado de bode expiatório, obviamente de olho nas eleições de 2010. Nós, como sempre, já estamos trabalhando. O prefeito também deveria fazer o mesmo, pois nada o impede de fazer isso.

Para encerrar de vez essa questão, gostaria, novamente, de repetir que cada agente político atua na esfera que lhe compete: o prefeito governa o município, o deputado trabalha na Assembleia e junto ao governo do Estado para beneficiar o município e o governo do Estado se entende com o prefeito para viabilizar os projetos. Isso não significa, no entanto, que a cidade tenha dono e que os demais agentes políticos não possam emitir opinião ou denunciar o que esteja errado.

Mas entendemos ser necessário que cada um se coloque disponível para o diálogo, para o entendimento e para o trabalho conjunto em favor da cidade. Chega de ficar remoendo fatos que já fazem parte do passado. Vamos trabalhar por Taubaté e pela vida.

Que isso também seja entendido pela imprensa, pelos demais políticos e por outros segmentos da sociedade taubateana, colocando um ponto final numa discussão que não leva a nada e nem traz benefício algum para a cidade.



*Afonso Lobato é padre e deputado estadual pelo PV

alesp