Prandi e a transferência da Dersa para a EMTU


24/02/2003 18:29

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Da Assessoria

A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) está questionando o Governo Estadual para saber se procedem as notícias de que a administração e a operação da travessia de pedestres entre Santos e Vicente de Carvalho serão transferidas da Dersa para a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). Em ofícios enviados às presidências das duas estatais, a parlamentar questiona se este repasse está realmente sendo articulado, as razões dessa mudança e o porquê da transferência estar sendo planejada sigilosamente.

"Pelo que pude apurar até agora, esta alteração não é simplesmente um repasse da gerência do sistema. Se concretizada, acarretará mudanças na operação da travessia e, conseqüentemente, na vida de milhares de pessoas que trabalham ou usam o serviço diariamente", destaca a parlamentar, que foi informada dessa possível transferência pelo Sindicato dos Marítimos e por trabalhadores que atuam na travessia.

Conforme já conseguiu apurar a deputada Prandi, está transferência só atingiria a travessia de pedestres e não se estenderia às balsas para veículos. Caso se concretize o repasse, a EMTU passaria a ser responsável não apenas pela gerência da travessia, mas também por sua operação e conservação. Hoje, a Dersa apenas gerencia o sistema de travessias litorâneas em todo Estado, terceirizando a operação e a manutenção das embarcações e dos atracadouros.

"A EMTU não acumula conhecimento técnico para operar travessias. Além disso, o contrato em vigor para operação do sistema é entre a Dersa e o Consórcio OPMariner. Uma transferência deverá implicar o rompimento desse contrato no que diz respeito às barcas para pedestres. É preciso explicar como ficará a situação dos trabalhadores, que até hoje não receberam os direitos referentes ao desligamento da Perfomance, que há dois anos deixou de operar o sistema", enfatiza Prandi, lembrando que os funcionários não podem ser sacrificados mais uma vez.

Outra questão levantada pela parlamentar é com relação à manutenção das embarcações. Apesar de terceirizar a mão-de-obra para realizar este serviço, a Dersa possui estaleiro próprio para 'puxar' as balsas e barcas que necessitem de reparos, o que reduz custos. "Como isto ficará caso a EMTU assuma o serviço? A empresa usará o estaleiro da Dersa ou será obrigada a locar espaços em empresas particulares? São várias questões que precisam ser trazidas à tona e esclarecidas perante a sociedade", ressalta Maria Lúcia.

Para a parlamentar, nada justifica que essa transferência esteja sendo planejada sob sigilo. "É uma mudança que terá impacto direto sobre a vida de milhares de pessoas e por isso precisa ser tratada abertamente. Sou contra está mudança, porque acredito que ela irá causar ainda mais transtornos a um serviço que é realizado com precariedade. Ao invés de elaborar alterações dessa ordem, o Governo Estadual deveria canalizar recursos para tornar o sistema mais eficiente e garantir transporte com qualidade para aqueles que utilizam as barcas", finaliza a deputada.

alesp