Para deputado, governo federal negligencia distribuição do coquetel anti-AIDS


04/03/2005 17:16

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Da Assessoria do deputado Palmiro Minnucci

O deputado Palmiro Mennucci (PPS) alertou nesta quinta-feira, 3/3, sobre a escassez na distribuição de remédios para aidéticos no país. Segundo Mennucci, o governo federal vem negligenciando a política de distribuição do "coquetel" para os portadores do HIV. No Estado de São Paulo, onde se concentram 50% dos soropositivos, a redução no volume de medicamento enviado aos ambulatórios fez com que 65 mil pacientes em tratamento deixem de tomar os remédios para o controle da doença.

"A falta do coquetel é atribuída ao governo federal, que desde novembro passado vem minimizando a importância do programa DST/AIDS do Ministério da Saúde", argumentou o deputado. O parlamentar ressaltou que o Brasil tem se destacado mundialmente pela política adotada, inclusive no fornecimento de medicamentos aos países africanos. "Para os portadores do HIV, os antiretrovirais são sinônimo de vida, o bem maior do ser humano."

Racionamento

Apesar dos protestos de diversas ONGs, em quase todos os pontos de distribuição de medicamentos há racionamento. Os medicamentos são fornecidos aos pacientes para 15 dias de tratamento; até mesmo para três dias, como já foi verificado em alguns postos, sem a garantia de que, terminado este prazo, os remédios estejam disponíveis.

É sabido que um dos fatores para se manter o quadro dos pacientes portadores do HIV sob controle é eles terem tranqüilidade e serenidade.Já está comprovado que o estresse e a preocupação podem elevar, e muito, o número de cópias do vírus no organismo da pessoa.

Os medicamentos

No início da década de 80, quando começaram a surgir os primeiros casos de HIV no Brasil, até que uma política de tratamento fosse efetivada, vários brasileiros morreram por não haver outras drogas, além do AZT, para controlar o mal que lhes acometia.

Com o surgimento dos antiretrovirais, a expectativa e a qualidade de vida dos portadores do HIV aumentaram significativamente. Hoje, a atitude do governo federal poderá, a curto e médio prazo, ocasionar a morte de vários portadores de HIV.

Se a elevação da carga viral nos portadores do HIV chegar ao ponto de irreversibilidade, o custo para o governo será infinitamente maior, já que terão que ser elevadas as doses diárias de medicamentos.

Finalmente o deputado Palmiro Mennucci lembra que "o massacre que poderá se abater sobre essas pessoas, será da responsabilidade de todos os poderes constituídos, seja municipal, estadual ou federal. O Poder Público em geral tem responsabilidade para com esses cidadãos. A turbulência, ainda que silenciosa, ressoa no interior de cada portador, que clama pelo direito à vida".

Para Mennucci, se o governo federal continuar negligenciando o programa de distribuição de antiretrovirais para os portadores do HIV estará afrontando a Constituição Federal e, ainda que indiretamente, instituindo a pena de morte em nosso país para aqueles que, um dia, vieram a se infectar pelo HIV.

palmiro@al.sp.gov.br

alesp