Unifesp pretende desenvolver projetos com comunidade de Santos


28/11/2006 20:00

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A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) pretende iniciar no próximo ano a implantação de um projeto junto à comunidade da zona noroeste de Santos. A iniciativa foi exposta pela professora de Saúde Coletiva Ângela Capozzolo, da área de Aproximação do Trabalho em Saúde, durante reunião com o deputado estadual Fausto Figueira (PT), na manhã desta terça-feira, 28/11, no campus santista da instituição. O encontro, para traçar as possíveis diretrizes de trabalho na região, contou com a presença do diretor do campus santista da Unifesp, Nildo Batista, da presidente da Sociedade de Melhoramentos da Vila Gilda, Lucinéya Marques de Almeida, e de professores da universidade que integrarão a formulação do trabalho junto à comunidade.

O deputado, que presta serviços médicos voluntários na Vila Gilda há 12 anos, expôs algumas das carências da região, como saneamento e distribuição elétrica. Figueira também falou sobre projetos bem-sucedidos, como o "Arte no Dique" e a "Cooperativa dos Pescadores", e de experiências frustradas, como a "Cooperativa das Costureiras", que durou cerca de um ano. "A aproximação da universidade com a comunidade é muito positiva para organizar os trabalhos desenvolvidos. O que vejo acontecer há algum tempo é a realização de projetos sazonais, de campanhas como o recolhimento do lixo nos canais. Por isso, acredito que a iniciativa da Unifesp é uma boa oportunidade para o desenvolvimento e a reinserção social na região", afirmou o parlamentar.

De acordo com Ângela, o que já está sendo acertado pela Unifesp é uma frente de extensão universitária com alunos do segundo ano dos cursos da faculdade em três áreas da cidade " zona noroeste, centro e uma terceira ainda não definida ", com duração de seis meses a um ano. O trabalho será vinculado a uma rede de serviço da Secretaria Municipal de Saúde.

Em relação a um projeto específico para a população da zona noroeste, a Unifesp pretende atuar de forma gradual. "Não podemos ampliar nossa atuação sem termos pernas para isso. Estamos nos estruturando no que diz respeito ao trabalho de equipe. Já visitamos o dique no início do ano e vamos visitar mais vezes. Pensamos em implantar, inicialmente, um trabalho com apenas um de nossos cursos, para depois abranger nossa atuação de forma multidisciplinar", afirmou a professora.

O trabalho na zona noroeste seria uma forma de a universidade acompanhar a realidade da comunidade e pensar em soluções para a vida real. "Pretendemos fazer parcerias diferentes do campo de estágio. Temos um grupo para discutir a participação bilateral, sem que a universidade apenas use a comunidade", completou Nildo Batista.

Figueira sugeriu a atuação da Unifesp como instrumento para qualificar projetos que já existem, como a cooperativa de pesca e o acompanhamento alimentar de crianças de baixo peso e de gravidez na adolescência.

O professor da área de Saúde Coletiva Juarez Furtado acredita que um dos fatores mais importantes para o desenvolvimento de um projeto da universidade com a população é a articulação da universidade com vários órgãos, como secretarias municipais, organizações comunitárias e políticas etc. O acadêmico propôs, assim que for definida a atuação da Unifesp na zona noroeste, a realização de uma reunião ampla com órgãos colaboradores para a apresentação do projeto.

Participaram também da reunião os professores Alexandre Henz, de psicologia, e Pola Maria Poli de Araújo, de terapia ocupacional; o coordenador de futebol do projeto "Parceiros da Bola da Vila Gilda", Marenilson Souza Rêgo, e a voluntária da Sociedade de Melhoramentos da Vila Gilda, Maria José Viana.

A Unifesp foi instalada em Santos no início de 2006 e completará o primeiro ano das turmas dos seus cinco cursos: psicologia, terapia ocupacional, nutrição, fisioterapia e educação física.

ffigueira@al.sp.gov.br

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