Da assessoria do deputado Fausto Figueira

O deputado estadual Fausto Figueira (PT) quer que o Ministério Público do Estado apure pela falta de medicamentos para portadores do vírus HIV na rede pública de saúde de Santos. Em ofício encaminhado ao órgão nesta quinta-feira, 17/6, o parlamentar afirma que mesmo após a morte de um paciente de Aids no último mês por falta de medicamentos, o problema continua. Durante visita ao Centro de Referência em Aids de Santos (Craids), no último dia 7, Figueira constatou a falta de remédios básicos como antibióticos e complementares no tratamento de patologias aproveitadoras.

"É inacreditável que o centro de referência da região deixe de fornecer aos seus pacientes os remédios necessários para o atendimento básico. Não podemos permitir que mais pessoas morram por conta dessa irresponsabilidade e falta de compromisso com os pacientes, que têm direito ao tratamento", afirma Figueira.

Lista

Durante a visita à farmácia do Craids, o deputado listou os seguintes medicamentos em falta: Cipro, um quimioterápico antibacteriano; Rocefin, antibacteriano; Deltamietina e Clindamicina, antibiótico; Diclofenaco, antiinflamatório; Miconazol e Cetoconazol, antifúngicos; Alopurinol, anti-hiperuricênico; Dexametazona, corticosteróide; Buscopan, antiespasmódico; Metformina, hipoglicemiante; Plasil, antiemético; Glicose para soros e soluções, além de Polivitamínicos, Ad Furp, Complexo B, Vitamina C e Benerva, todos vitaminas.

Os problemas de distribuição de medicamentos no centro de referência vêm sendo denunciados pela imprensa local desde o início de abril. Apesar disso, no último dia 28 de maio, Amauri Jayme de Paula Júnior, de 35 anos, morreu por falta do medicamento Fuseon, que deveria ter sido fornecido pelo Craids, conforme decisão da 2ª Vara da Fazenda Pública de Santos. Antes desse fato, o presidente da ONG Ipupiara, Beto Volpi, já havia denunciado à imprensa que, mesmo com a garantia do Governo Federal em fornecer o chamado ´coquetel´, ocorriam problemas com a distribuição de medicamentos complementares.

Sem agentes

Figueira também encaminhou nesta quinta-feira ofício ao Ministério Público Estadual denunciando a falta leite e de agentes de saúde para a prevenção da Aids no Núcleo Integrado da Criança (NIC), em Santos. Criado na década de 90, o núcleo é um ambulatório que atende gratuitamente as crianças portadoras do vírus HIV em caso de tratamentos urgentes.

Empecilhos burocráticos seriam a causa dessa carência, tendo em vista que a Secretaria de Saúde de Santos ainda não assinou convênio com o Governo Federal para obter verba. "O NIC é tão indispensável no apoio à prevenção e combate à Aids que sua atuação já foi estudada na Faculdade de Saúde Pública da USP e foi destaque durante a mesa redonda "Apresentação de Experiências no Cuidado de Crianças e Adolescentes com HIV/Aids", da I Conferência Órfãos e Aids: Conquistas e Desafios, realizada em Santos", disse Figueira, em sua representação.

Fausto quer que o MP apure os fatos e tome as providências legais cabíveis, visando garantir os direitos e preservar o tratamento das crianças pacientes.

ffigueira@al.sp.gov.br