DA ASSESSORIA

O Movimento Metropolitano contra o Lixo Tóxico (POPS) da Rhodia reúne-se nesta quarta-feira, 5/5, às 15 h, com o cônsul da França em São Paulo, Jean Marc Laforet. A realização do encontro é uma das resoluções da audiência pública sobre a poluição gerada pela empresa, ocorrida em março deste ano na Câmara de São Vicente. O objetivo é cobrar do representante do governo francês empenho para que a multinacional assuma os prejuízos causados à região durante os anos de despejo irregular de resíduos químicos.

"O governo da França precisa assumir sua parcela de responsabilidade nesse episódio. Afinal, quando a fábrica da Rhodia funcionava em Cubatão e foram feitos os despejos irregulares, a empresa era uma estatal - ou seja, sua forma de atuação era subordinada e determinada pelo governo. Por isso, queremos uma posição clara do cônsul, que é o porta-voz da França em nosso país", enfatiza a deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT), uma das criadoras do Movimento Metropolitano. Além da parlamentar, também estarão presentes o vereador Alfredo Moura (PPS - São Vicente) e a Associação de Prevenção e Consciência Ocupacional (ACPO), que coordenam o Movimento.

"Durante a audiência pública foram determinados vários encaminhamentos. Com esta audiência, estamos cumprindo mais uma etapa dessa caminhada, que só terminará quando a Rhodia for definitivamente responsabilizada por todos os danos causados, assumindo e cumprindo as determinações compensatórias por estes prejuízos à vida humana e ao meio ambiente", frisa Moura. Recentemente, integrantes do movimento estiveram em Brasília cobrando do governo brasileiro o total cumprimento de um tratado internacional, que determina a suspensão da produção de produtos conhecidos em todo o mundo pela sigla POPS.

Outra ação conseqüente da audiência pública foi a realização de uma reunião com o secretário estadual de Saúde, José da Silva Guedes. Nesse encontro, intermediado pela deputada Prandi, o secretário Guedes assumiu o compromisso de levantar dentro da pasta todos os processos referentes ao Caso Rhodia. "Não estamos poupando esforços para que os danos causados pela empresa francesa não fiquem impunes. Quando criamos este movimento, assumimos esta responsabilidade perante a população atingida e toda a região. Só daremos trégua quando este objetivo tiver sido alcançado", finaliza Prandi, destacando que a contaminação gerada pela Rhodia na Baixada é considerada, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), como um dos oito mais graves desastres ecológicos ocorridos no planeta.