Acervo Artístico: O equilíbrio entre forma e cor cria uma poética musicalidade na pintura de Teresinha Ehmke

Emanuel von Lauenstein Massarani
30/07/2004 14:00

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A palheta de Teresinha Ehmke é uma festa de cores, sempre sabiamente dosadas com uma perfeita escolha associativa, que dá alegria, faz refletir e nos deixa perplexos. Romântica? Absolutamente não! Embora não fuja do sentimentalismo não ama - como os românticos - repensar nem as reflexões.

Longe de procurar efeitos mais ou menos pré-concebidos, ela segue, isto sim, o imediatismo do instinto, deixando a cada iniciativa uma fértil fantasia. Por esse motivo e pela pureza de sentimentos que animam a sua temática, a artista se insere, validamente, sem sombras e com pleno mérito, entre os artistas que desejam seriamente um renascer cultural no Brasil.

De inspiração mística e utilizando-se de esboços ou de observações que colhe, Teresinha Ehmke elaborou um estilo que pode ser definido de "impressionismo abstrato", onde a criação pictórica é sempre precedida de uma observação estrita da natureza.

Estruturando seus espaços com um cromatismo lírico através de formas em movimento que sugerem a tridimensionalidade, a presença de traços cria imagens que projetam no espaço cósmico toda a sua espiritualidade interior.

O seu trabalho é dinâmico, foge do estático e cria um movimento das imagens onde as justaposições exercem um papel importante de equilíbrio cromático. Na obra "Arte é Vida", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, essa pintora evidencia uma poética musicalidade através do equilíbrio das formas e da justaposição das cores.

A Artista

Teresinha Ehmke nasceu em São Paulo, em 1941. Com fortes tendências artísticas, estudou inicialmente musica e balet. Na década de 70, estudou e pesquisou com Frederico Nasser, Pedro Manoel Gismondi, Fulvia Gonçalves, Bassano Vaccarini, Lionelo Berti, Francisco Amêndola, Carlos Fajardo, José Resende, Luis Paulo Bavarelli, Juarez Magno e Waldir Sarubi. Em 1973, sua tese sobre arte abstrata foi aprovada na Universidade Associação de Ensino de Ribeirão Preto.

Desde 1974 criou seu próprio ateliêr em São Paulo, onde instituiu cursos de arte sobre processo criativo e de reciclagem da criatividade.

Realizou, entre outras, exposições no MASP (1978); Pinacoteca do Estado(1980); Paço das Artes (1983 e 1990); Centro Cultural São Paulo (1983); Galeria Bonfiglioli (1984); Galeria Encontro das Artes (1985 e 1988); Galeria de Belas Artes da China (1988); Art Exibicion, Istambul, Turquia (1993); 8ª, 9ª e 10ª Wellcriss (1993, 1994 e 1995); Museu de artes de Goiânia (1994); Museu de Arte Moderna São Paulo (1998).

Suas obras podem ser encontradas na Galeria Dau Al Set, Barcelona (Espanha), Whippman's Gallery, Johannesburg (África do Sul) e Spazio Surreale (São Paulo) e em importantes acervos como o do Museu de Arte de São Paulo e o da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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