Em pronunciamento na Assembléia Legislativa na quinta-feira, 18/5, o deputado Fausto Figueira (PT) congratulou-se com o governador de São Paulo, Cláudio Lembo, pela entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo sobre as ações do crime organizado no Estado, ao mesmo tempo que condenou o PSDB por explorar politicamente o episódio. "Nem bem o PFL assumiu o governo, o ex-governador Geraldo Alckmin e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso passaram para a oposição", disse Figueira, em alusão às críticas a um suposto acordo feito entre o governo estadual e o crime organizado para acabar com as ações violentas.

"Nesta crise precisamos ter juízo para não fazer exploração política dos graves fatos que agridem São Paulo e o Estado de Direito, atingidos por uma ação coordenada do crime organizado", prosseguiu o deputado. "Se existe alguém fazendo exploração política em período eleitoral é o PSDB", frisou.

Figueira, atual 1º secretário da Assembléia Legislativa, lembrou a forma irônica com que Lembo se referiu aos contatos que teve com Alckmin sobre as ações do crime organizado. "Segundo a entrevista, Lembo recebeu dois telefonemas do ex-governador. Indagado se achava pouco, respondeu que achava normal, porque os pulsos telefônicos estão caros", acrescentou.

O deputado lembrou também as críticas feitas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sobre o possível acordo entre Estado e crime organizado. "Outro tucano de alta plumagem deveria ter ficado silencioso. Para opinar sobre um tema tão amargo e tão grave, teria que refletir, se informar e conhecer melhor o governo e o Estado de São Paulo", afirmou.

Outro personagem lembrado por Figueira foi o ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB). "Chamo a atenção para a absoluta ausência do prefeito renunciante José Serra, que traiu a população da cidade de São Paulo sobre os acontecimentos que abalaram nosso Estado. Ele está em Nova York e, nessa crise, não foi capaz de um gesto de solidariedade ao governador, como fizeram a oposição e todos os partidos desta Casa", destacou o parlamentar.

"Ao que tudo indica, o mesmo grupo que jantou no Massimo (restaurante paulistano) e fez de José Serra candidato ao governo do Estado de São Paulo encontra-se hoje em Nova York, para possivelmente também "jantar" a candidatura Geraldo Alckmin. Essa é a multidão de militantes do PSDB que cabe numa mesa de um restaurante chique e, quem sabe, tomando o mesmo conhaque dessa burguesia a que o governador Cláudio Lembo se referiu na entrevista. Quem sabe não seria essa burguesia que deveria ficar quietinha e pensar muito no que fez para o país?", concluiu Figueira.

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