As figuras de Letícia Márquez colhidas no momento de uma ação apocalíptica


24/04/2008 09:05

Compartilhar:


A arte de Letícia Márquez baseia-se sobre um momento psíquico e expressivo que no seu contexto colhe o espírito irrequieto da humanidade atual para descobrir a causa que a leva a disparatadas distrações convergindo no calor da dessacralização.

A artista não é uma simples expectadora e portanto, alguém que relaciona tão somente fatos de crônica mas uma indagadora e como tal seus personagens são colhidos no momento de uma ação apocalíptica e os coloca além da realidade de uma comum conveniência.

Letícia Márquez sabe abstrair e deter o ritmo hábil da composição mesmo se sua temática permanece ligada a uma substância de fatos cujos derivados analógicos se assemelham.

Impondo-se pelo vigor de suas obras, nas quais dá forma a personagens diferenciados onde a realidade e a intuição, deles se desprende, Letícia Márquez soube resistir às insídias e às tentações das fáceis concessões e compromissos.

Artista preparada e de rara sensibilidade consegue obter, com a utilização de uma escala cromática, tons difundidos, renovadas energias expressivas, atmosferas rarefeitas e as particulares tensões que o tema requer.

Na obra 1º Selo da Série Apocalipse 6-1,2, doada ao Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, uma serena confiança, um tranqüilo abandono do espírito alimentam aquela fé profunda que seu trabalho analítico representa como uma presença de luz superior.









A artista



Letícia Márquez nasceu em Uberlândia, Minas Gerais, em 1953, graduou-se em Desenho e Artes Plásticas em Ribeirão Preto em 1975, foi professora de artes na Universidade Estadual de Londrina, de 1976 a 1979.



Foi membro do Conselho Municipal de Cultura, Londrina, de 1991 a 1994.

Participou de diversas exposições individuais e coletivas, entre elas no Museu de Arte de Santa Catarina, Florianópolis (1986); Museu de Arte Himeji, Kioto, Japão (1989); Panorama d Arte Brasileira, Pintura, MAM, São Paulo (1989 e 1993); Museu de Arte Contemporânea do Paraná, Curitiba (1992); Museu Metropolitano de Arte, Curitiba, PR (1993 e 1998); Europ"Art, Genebra, Suíça (1996); 56º Salão Paranaense, Curitiba (1999).

É autora da Capela do Mosteiro dos Irmãos Maristas em Londrina, PR, do painel do Sindicato Varejista de Londrina e esculturas no Complexo Empresarial Oscar Fuganti e no Pronto Atendimento Infantil de Londrina.

Recebeu inúmeros prêmios nos diversos salões de arte e possui obras em diversas coleções públicas, particulares, no Museu da Escultura ao Ar Livre e no Museu da Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp