Revolução Constitucionalista completa 69 anos nesta segunda-feira


06/07/2001 21:00

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O "9 de Julho" será comemorado nesta segunda-feira. Este dia passou a ser considerado "data magna do Estado de São Paulo", como feriado civil, pela lei 9.497, de 5 de março de 1997, de autoria do ex-deputado Guilherme Gianetti.

A data marca a eclosão em São Paulo de uma revolta contra o presidente Getúlio Vargas e seu governo provisório. Tropas federais são enviadas para conter a rebelião. As forças paulistas lutam contra o exército durante três meses. O episódio ficou conhecido como a Revolução Constitucionalista de 1932.

A política centralizadora do governo de Vargas, após a revolução de 1930, e a indicação de interventores para os estados desagradavam as oligarquias estaduais, especialmente as de São Paulo. E os liberais reivindicam a realização de eleições e o fim do governo provisório. O governo Vargas também reconhece oficialmente os sindicatos dos operários, legaliza o Partido Comunista e apóia um aumento no salário dos trabalhadores. Estas medidas irritam ainda mais as elites paulistas, economicamente as mais importantes do país.

Em 1932, uma greve mobilizou 200 mil trabalhadores em São Paulo. Preocupados, empresários e latifundiários de São Paulo se uniram contra Vargas. No dia 23 de maio, realiza-se um comício reivindicando uma nova constituição para o Brasil. O comício termina em conflitos armados. Quatro estudantes morreram: Martins, Miragaia, Dráuzio e Camargo. As iniciais de seus nomes formam a sigla MMDC, transformando-se no grande símbolo da revolução.

E em julho, explode a revolta. As tropas rebeldes se espalham pela cidade de São Paulo e ocupam as ruas. A imprensa paulista defende a causa dos revoltosos.

Uma intensa campanha de mobilização é acionada. A população adere à rebelião. Um grande número de pessoas se alista para a luta.

Quando se inicia o levante, uma multidão sai às ruas em seu apoio. Tropas paulistas são enviadas para os fronts em todo o Estado. Mas as tropas federais são mais numerosas e bem equipadas. Aviões são usados para bombardear cidades do interior paulista. 35 mil homens de São Paulo enfrentam um contingente de 100 mil soldados. Os revoltosos esperavam a adesão de outros Estados, o que não aconteceu.

Em outubro de 32, após três meses de luta, os paulistas se rendem. Prisões, cassações e deportações se seguem à capitação. Estatísticas oficiais apontam 830 mortos. Estima-se que centenas a mais de pessoas morreram sem constar dos registros oficiais.

A Revolução Constitucionalista de 1932, foi o maior confronto militar no Brasil no século XX. Apesar da derrota paulista em sua luta por uma constituição, dois anos depois da revolução, em 1934, uma assembléia eleita pelo povo promulga a nova Carta Magna.

alesp