Carmo Terra consegue dar monumentalidade e desmaterialização a suas esculturas

Acervo Artístico - Emanuel von Lauenstein Massarani
01/02/2005 14:00

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"O mínimo que podemos exigir de uma escultura é que não se mova", escreveu o genial Salvador Dali. Na obra de Carmo Terra, a técnica das saliências e reentrâncias das superfícies lisas ou rugosas imprime aos volumes uma forte idéia de movimento.

Suas robustas criações verticais acentuam uma impressão de monumentalidade e desmaterialização, evoluindo no espaço graças às superfícies brilhantes, como espelhos que diluem propositadamente a dureza das formas para alcançar o jogo dos reflexos.

Os personagens da artista se constituem em seres que exprimem a vida, a evolução e o imobilismo, o hieratismo frente à eternidade. Desta dicotomia nasce uma outra. A imagem plástica encontrada representa um diálogo com a natureza, um elo entre o mundo interior e exterior, verdadeiro caminho do ego na expansão do ser individual para a humanidade.

As esculturas de Carmo Terra oferecem, até na abstração de suas formas em superfície, uma reprodução de sua poética, de seus sonhos, de suas fantasias e suas aspirações.

Na obra "Ventre", doada ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, curvas, articulações, desenvolvimentos plásticos vão à conquista do espaço, mas traduzem um mundo secreto. Tese e antítese se desenvolvem conjuntamente e, entre seus pólos opostos, revelam um todo.



A Artista

Carmo Terra nasceu em Itapetininga, SP, no ano de 1951. Formou-se em Letras pela Faculdade de Presidente Prudente em 1975. Atualmente reside em São Paulo onde, desde 1998 é orientadora de atividades em cerâmica e outros materiais. Ministrou aulas e workshops na Oficina de Arte Terra Soares e na Central de Cursos no Shopping Light em São Paulo.

Participou das seguintes exposições: Espaço Cultural da Sociedade Brasileira de Artes Plásticas, RJ; Galerie Place Destile, Paris, França; Espaço Cultural Recanto das Toninhas, Ubatuba, SP; Galeria Renoir, Fortaleza, CE; Espaço Cultural Infraero em parceria com a Galeria Spazio Surreale, Aeroporto de Guarulhos, SP; Espaço Cultural Universidade de Guarulhos, SP (1998); Espaço Cultural Shopping Butantã, SP (1998 e 1999); Societá Italiana de Santos, SP; "Arte caminho da expressão", Escola de Comunicação e Arte da USP (1999 e 2000); Espaço Cultural do Teatro Municipal de Cabo Frio, RJ; "Mostra Revoluzzionaria", Sapori di Rose, SP; "La Magnífica", Bar das Artes, SP; Galleria Giuliano Ottaviani, Roma, Itália (2000); Espaço Cultural a bordo do transatlântico Costa Clássica, Brasil, Argentina e Uruguai; Bienal Internacional de Roma, Itália (2002 e 2004); Prêmio Primavera, Roma, Itália; Espaço Cultural da Fundação Zerbini, SP; Castelo Savelli, Palombara Sabina, Itália (2003).

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no exterior e no Acervo Artístico da Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

alesp