DA REDAÇÃOQuestões como desemprego, estagnação da economia, queda na renda do trabalhador e a conseqüente necessidade de uma revisão do sistema de arrecadação dos tributos foram discutidas na manhã desta quarta-feira, 9/4, na Assembléia Legislativa, na cerimônia de instalação da comissão especial pluripartidária de deputados que acompanhará o processo de formulação da reforma tributária.A cerimônia de instalação, no Auditório Franco Montoro, foi presidida pelo deputado Sidney Beraldo. Estiveram presentes representantes do empresariado, do Executivo, dos trabalhadores, da Ordem dos Advogados do Brasil, de economistas e de outras entidades civis.Segundo o presidente, no final deste dia, será nomeado um secretário executivo da comissão para conduzir os trabalhos. Serão realizados cinco workshops -- sempre com a participação dos deputados membros, especialistas na área -- abertos à participação de representantes da sociedade civil e, no final, será entregue às autoridades federais um documento com as sugestões dos paulistas para a reforma tributária.O deputado Vanderlei Macris, líder do Governo, representando o governador Geraldo Alckmin, afirmou que existe no Executivo um movimento com propostas para levar São Paulo a ter uma boa colocação nesta discussão nacional. O governador, segundo o deputado, parabenizou a iniciativa da Assembléia e abriu as informações disponíveis no Executivo para a Comissão. Alckmin deseja que se encontre uma posição unificada entre os dois poderes, que favoreça o avanço do debate sobre a reforma.Todos os representantes de entidades como o Conselho Regional de Economia declararam que já formaram grupos de estudo sobre o assunto, para os quais solicitaram o apoio dos parlamentares e também se colocaram à disposição da comisssão para somar esforços nesse debate.Emídio de Souza, 1º secretário da Mesa Diretora da Assembléia, afirmou que o assunto poderia passar pelas comissões do Legislativo, mas foi criada esta comissão especial para se ter mais tempo para ouvir a sociedade, os mais variados setores da economia. "É uma matéria tormentosa, mas que tem de ser enfrentada. A Assembléia Legislativa não poderia se furtar a esse debate", declarou o parlamentar.Fazem parte da comisssão os seguintes deputados: Giba Marson (PV), Vitor Sapienza (PPS), Baleia Rossi (PMDB), Geraldo Vinholi (PDT), Adilson Rossi (PTB), Vaz de Lima (PSDB), Cândido Vaccarezza (PT), Rodrigo Garcia (PFL) e Orlando Morando (PSB).Segundo o superintendente da Associação Comercial de São Paulo, Marcel Solimeo, é "extremamente importante a iniciativa da Assembléia, porque a reforma tributária, além de mexer com tributos, afeta as empresas, a distribuição de impostos para a União, Estados e Municípios. Se não houver cautela, sua aprovação poderá provocar problemas sérios para todos, e também para o contribuinte".Solimeo ressaltou ser importante que a Assembléia participe ativamente e traga a sociedade civil para essas discussões, até mesmo para defender o Estado, no sentido de não ter sua arrecadação prejudicada.