PROIBIÇÃO DE ARMAS: UMA NOVELA - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
07/08/2001 10:21

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O Brasil vem tendo exemplos concretos de como é importante um

país contar com seu Parlamento como importante recurso para a

discussão de direitos dos cidadãos e para evitar decisões arbitrárias e

errôneas de governantes que se consideram donos da verdade.

Vou citar agora o exemplo de um assunto sobre o qual já

comentei algumas vezes, sempre que surgia um fato novo em torno dele: a decisão do governo federal de proibir a venda e o uso de armas em todo o território nacional.

Pois bem. Faz quase dois anos que o projeto de lei do

Poder Executivo foi elaborado, na área do Ministério da Justiça, e

encaminhado para o Legislativo. O Congresso Nacional recebeu o projeto de lei e, em vez de simplesmente agir como um cordeirinho, resolveu estudar a matéria com cuidado e passou a contestá-la.

Depois do envio desse projeto de lei para o Congresso, já houve

duas trocas do ministro da Justiça: quem cuidou disso foi o alagoano Renan Calheiros, que acabou caindo, substituído pelo paulista José Carlos Dias. Este também caiu e deu lugar ao mais trapalhão ministro de Fernando Henrique Cardoso, o também advogado paulista José Gregori.

Trapalhadas à parte, como bom bajulador, Gregori também apóia o

projeto entregue ao Congresso, pois sabe que a idéia da proibição partiu

do próprio presidente da República, a partir de sua participação no

programa Roda Viva, da TV Cultura.

Acontece que, conforme tenho insistido, é um absurdo proibir

armas a cidadãos que são vítimas constantes de bandidos sempre armados.

Felizmente, o Congresso age: o projeto continua sendo discutido e

bloqueado no Senado e na Câmara. É a democracia.

*Afanasio Jazadji é advogado, jornalista, radialista e deputado estadual pelo PFL.

alesp