As naturezas mortas de Sophia Tassinari exalam vida e o perfume da primavera

Emanuel von Lauenstein Massarani
31/03/2003 16:43

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Atenta na disposição dos tons, Sophia Tassinari se transforma em intérprete da festa das cores que a primavera promete às árvores, aos jardins, aos campos e às florestas. Ela dispõe a matéria com a mesma paciência da natureza ao desabrochar cada flor nos ramos de um ipê.

Ela recolhe em grandes telas as impressões felizes da estação almejada, assim como transmite à uma paisagem de verão o áfano e o calor do clima que nos envolve. Diversos momentos, mas também diversas técnicas compõem sua pintura, que reflete o próprio estado de alma antes mesmo da elaboração da obra, sempre com profundo respeito pela realidade.

Suas flores são retratadas com um particular "esprit de finesse". A artista parece conservar para si e para seus amigos, as numerosas experiências colhidas através do tempo nas diversas latitudes. O romantismo de Sophia Tassinari é, pois, o resultado de uma lenta maturação e não portador de escolhas apressadas.

Suas composições são ricas de acentuações vibrantes e permeadas de luzes interiores, parecem janelas que se entreabrem sobre uma paisagem ideal, quase a nos impulsionar a um íntimo colóquio com as belezas do Criador. Quando fala de suas obras, a artista o faz com a doçura e a delicadeza de uma mãe para com seus próprios filhos sem, entretanto, enaltece-los, consciente da própria realidade de artista.

Pintura robusta e bem enquadrada, revela o temperamento profundo e expressivo da artista, ao mesmo tempo que uma segurança límpida de conceitos e de finalidade. Sophia Tassinari sabe, com rara habilidade, unir esse temperamento a poesia das visões e dos caracteres, isto é, transmite sentimento e palavra à sua obra, onde a luz torna-se elemento essencial na sua construção.

As naturezas mortas "Primavera" e "Flores no meu Jardim", oferecidas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, impressionam pela sua espontaneidade e exalam vida e o perfume da primavera.



A Artista

Sophia Tassinari nasceu em São Paulo e começou seus estudos artísticos com Theodoro Braga. Realizou um curso de modelo vivo na Universidade Mackenzie. Estudou, também, com Anita Malfatti, Mário de Andrade e o Grupo Guanabara. Especializou-se em restauração de quadroons na Itália e França.

Participou de inúmeras exposições individuais e coletivas e salões de artes, destacando-se entre elas: Galeria Benedetti (1946); XII Salão do Sindicato de Artistas Plásticos de São Paulo; "Peintres Brasiliens Contemporaine - Musés National de Beirute (1947); Teatro Municipal de São Paulo (1948); Grupo Guanabara - São Paulo (1958 e 1959); Azulão Galeria, São Paulo (1967 e 1970); "Primitivos Brasileiros" - Madri - Espanha; "Naifs Brasilenos" - Club Pueblo - Espanha (1970); Salon d´Automne - Grand Palais des Champs Elysées - Paris (1971); "Pittori Brasiliani" - La Galeria Cavalieri Hilton - Roma (1972); Câmara Municipal de São Paulo (1975); Galeria Sharp - Belém, Pará (1976); Salão Penápolis - Galeria do Centro Campestre SESC - São Paulo (1978); Museu de Arte de São Paulo; Galeria de Arte Monalisa (1980); Galeria de Arte Rubaiyat - São Paulo; Galeria Jardim Contemporâneo - Ribeirão Preto (1984); Mostra Co-Nexus no Museum of Contemporany Art of New York (1986); "As Flores do Meu Jardim" - Museu Banespa (1989); Choice Galeria de Arte (1991 e 1994); "Antropofagia" - Galeria do Palácio dos Bandeirantes (1994 e 1995); "Monumento ao Homem da Terra" - Palácio dos Bandeirantes (1998 e 1999); "Primaveras de Sophia" - Galeria A Portal - São Paulo; "Mostra do Terceiro Milênio" - Galeria André (2000); "Monumento ao Índio" - Pátio do Colégio de São Paulo (2001).

Possui obras de sua autoria em acervos particulares e oficiais no Palácio dos Bandeirantes, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, entre outros.

alesp