Parlamentar quer alternativas para manutenção da Sinfonia Cultura


04/02/2005 15:47

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Da assessoria do deputado Fausto Figueira

A extinção da Orquestra Sinfonia Cultura, no início do ano, levou o deputado Fausto Figueira (PT) a cobrar do diretor presidente da Fundação Padre Anchieta, Marcos Mendonça, alternativas para a manutenção do grupo. O deputado apóia os cerca de 60 músicos, além do staff, que agora estão desempregados. Eles questionam as explicações de Mendonça para a extinção da orquestra, de que a dissolução seria mais digna do que a manutenção sem as condições necessárias.

"É essencial que a Fundação Padre Anchieta não perca de vista seus princípios de qualidade na produção cultural e de busca da promoção e divulgação dos valores brasileiros, especialmente aqueles que ficam à margem do mercado comercial. Nesse sentido, medidas alternativas que garantam a manutenção da Orquestra Sinfonia Cultura são fundamentais", argumentou Figueira.

Em 14 de janeiro de 2005 a direção da fundação comunicou ao maestro Lutero Rodrigues e aos músicos a decisão de desativar a Sinfonia Cultura, orquestra da Rádio e Televisão Cultura. A Sinfonia era reconhecida nacionalmente pelo pioneirismo na difusão da música brasileira de concerto, pela vocação para formação de público - a orquestra fazia récitas no Sesc Belenzinho - e divulgação da produção de compositores brasileiros.

Em carta publicada na Folha de S. Paulo, Mendonça disse que a escassez de recursos não permite "manter uma orquestra com a qualidade que as orquestras devem ter". Segundo ele, as metas da Rádio e TV Cultura são a digitalização de seu acervo, a modernização dos equipamentos e a retomada da produção.

Os músicos denunciaram diversas vezes, por meio de textos na internet, o descaso com que vinha sendo tratada a orquestra. Segundo eles, o custo de manutenção da Sinfonia Cultura é de aproximadamente R$ 3 milhões anuais para apresentar uma programação exemplar, já que é um conjunto dotado de reconhecida competência artística, ou seja, apenas dois décimos do orçamento da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, que é de R$ 17 milhões anuais.

Em um desses textos, os músicos acusaram o governador Geraldo Alckmin de estar insensível a mais esse desmonte. No protesto, cobraram consciência de que, com a disponibilização de recursos em igual medida, ou até em proporções menores, São Paulo seria sede de outras tantas excelentes orquestras de nível internacional.

ffigueira@al.sp.gov.br

alesp