Opinião - Palocci: só quem deve teme


31/05/2011 15:45

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Qualquer pessoa que multiplique seu patrimônio por 20 num período curto de quatro anos será motivo da curiosidade alheia. Se esse indivíduo é homem público, a curiosidade extrapola para a desconfiança. Se ele é o principal ministro de Estado de um governo, a situação passa a exigir escrutínio completo. É o caso de Antonio Palocci.

Não adianta os porta-vozes do governo Dilma quererem dar por encerrado o caso, na marra, quando nenhuma das dúvidas que cercam o meteórico enriquecimento do ministro foram esclarecidas até agora. Palocci já caiu uma vez por ter tido suas versões desmentidas pela realidade. Vai cair de novo?

Em 2006, quando se elegeu deputado federal pelo PT, Palocci declarou à Justiça Eleitoral patrimônio estimado em R$ 375 mil. Nos quatro anos em que exerceu o mandato de deputado, ele recebeu R$ 974 mil brutos em salários. Mas em 2009 e 2010, adquiriu dois imóveis " um apartamento e um escritório " no valor de R$ 7,5 milhões. Comprou-os em nome da Projeto, empresa de consultoria da qual possui 99,9% do capital. Mas até agora, a sociedade brasileira assiste, estarrecida, ao fato de o ministro ter adquirido um apartamento de R$ 6,6 milhões, quitado em apenas duas parcelas, além de ter adquirido um escritório no valor de R$ 882 mil, que está situado em área comercial de luxo, em São Paulo.

Se Palocci se recusa a esclarecer o caso por meio da imprensa, deveria comparecer ao Congresso Nacional para explicar-se. Em regimes democráticos, como o do Brasil, é assim: aos ocupantes de cargos públicos exigem-se transparência e lisura.



*Pedro Tobias é deputado estadual e presidente estadual do PSDB

alesp