Na manhã de 17 de janeiro uma família de classe média da cidade de São Paulo passou por momentos dramáticos: sua casa, no bairro do Brooklin, na zona Sul, foi invadida por dois assaltantes armados, que agiram de modo violento e levaram jóias e dinheiro. Esse caso poderia ter sido apenas mais um capítulo na história da criminalidade e da violência de nosso Estado ou um simples registro de ocorrência policial na metrópole paulistana. No entanto, foi algo muito pior, pois revela a fragilidade das instituições diante do crime: esse assalto, ocorrido à luz do dia, teve como vítima um desembargador, profissional de alto escalão do Tribunal de Justiça. Ninguém escapa da agressividade dos bandidos.

Apesar de alguns veículos da mídia terem divulgado o nome do desembargador, vítima de assalto, prefiro não reproduzi-lo aqui, levando em conta a tentativa de evitar um dano ainda maior a esse magistrado e a sua família. O caso, porém, não deve ser esquecido. Ao contrário: merece ser comentado para que a opinião pública compreenda a gravidade da crise que afeta a segurança pública no Estado de São Paulo.

Já tivemos promotores e juízes assassinados nos últimos anos. Além disso, dois seguranças que zelavam por filhos do governador Geraldo Alckmin e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram mortos por assaltantes, em São Paulo. Desta vez, logo no início de 2005, um desembargador sofreu violência direta e sua família foi atingida: sua filha foi estuprada pelos bandidos. Violência gratuita! Onde vamos parar?