Nesta quinta-feira, 14/4, foi realizada no auditório Franco Montoro a reunião de lançamento do Movimento Força Cooperativista, solicitada e presidida pelo deputado Antonio Mentor (PT). De acordo com o deputado, o movimento nasceu da indignação em relação ao Decreto 55.938/2010, do então governador Alberto Goldman, que veda a participação de cooperativas nas licitações promovidas pela administração direita e indireta do Estado. "Este encontro pretende fortalecer a defesa do cooperativismo. Além de este decreto ter ceifado os direitos dos cooperados, ele é ilegal, já que existe a Lei Federal 12349/2010, determinando que não pode haver nenhuma diferenciação ou restrição à participação de cooperativas em processos de licitação nas áreas referidas. O Colégio de Líderes da Casa já se manifestou favorável ao cumprimento da lei federal e também o governo estadual já se mostrou aberto ao diálogo e a revogar parcialmente o decreto, o que não foi feito até agora. Se não pudermos resolver a questão através de ações do Executivo, pretendemos apresentar à Assembleia um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que, se aprovado em Plenário, anula o decreto estadual", explicou Mentor. Segundo Murilo Karaptcov Silva, diretor financeiro do Movimento Força Cooperativista, o decreto ainda proibiu a renovação de contratos já existentes entre cooperativas e órgãos governamentais. "Com essa medida, cerca de 15 mil cooperados perderam seus empregos, e o governo contrata outras empresas terceirizadas pagando três, quatro vezes mais. Estamos empreendendo ações políticas para reverter a atual situação das cooperativas", disse. Gilmar Curtuolo, diretor de ações públicas cooperativistas e membro da Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Transporte (CTPT), disse não entender o motivo do decreto já que, para ele, não existe diferença entre funcionários de uma empresa e de uma cooperativa. O presidente do movimento, Paulo Bueno, informou que já foram feitas carreatas, audiências públicas, debates e passeatas para dar visibilidade às reivindicações. "Apelamos para a sensibilidade do Legislativo no sentido de que, por meio de gestões junto ao governo estadual, possa ajudar a reverter essa situação", declarou. "Que esse decreto seja revogado, e que continuemos a luta em favor do cooperativismo, pois há muito a ser feito para melhorar as condições de trabalho no país", afirmou Mentor. Participaram da reunião representante da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho, Dario Melo; o gerente de relações institucionais da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp), Julio Gushiken; além de representantes da várias entidades e cooperativas. Durante a reunião foi entregue ao deputado Mentor um certificado de "Defensor do Cooperativismo".