Feldman recebe lideranças das polícias Civil e Militar (com foto)

Entidades ligadas à categoria pedem ação do Legislativo para evitar impasse nas negociações com o governo
31/07/2001 19:05

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O presidente da Assembléia, Walter Feldman, acertou para esta quarta-feira, 1.º de agosto, uma reunião entre uma comissão de deputados, entidades representativas das polícias Civil e Militar e o secretário de Segurança Pública do Estado, Marco Vinicio Petrelluzzi, para retomar as negociações salariais entre policiais e governo. O encontro está marcado para as 15 horas, na sede da Secretaria, na avenida Higienópolis.

A decisão foi tomada nesta terça-feira, 31/7, em audiência concedida pelo presidente da Assembléia a representantes das 31 entidades ligadas à Polícia, que pediram a ação dos deputados para impedir a criação de um impasse nas negociações com o Executivo. Os policiais se dizem insatisfeitos com os índices de reajuste de 6 a 10% propostos pelo Estado e reivindicam um aumento parcelado de 41%.

Participaram da reunião a deputada Rosmary Correa (PMDB) e os deputados Afanásio Jazadji (PFL) e Edson Ferrarini (PL). Ao defender o diálogo, Feldman disse que o objetivo é chegar a um denominador comum para facilitar a aprovação de reajuste do funcionalismo que o governo prepara para enviar à Casa. "Nosso trabalho agora é fazer a reaproximação", afirmou o presidente. "É preciso que tudo aconteça (a negociação) antes do projeto chegar aqui na Assembléia".

A deputada Rosmary Corrêa lamentou que algumas entidades tenham traído o movimento reivindicatório. "Vamos prosseguir a luta de qualquer forma e, apesar de o secretário de Segurança ter nos deixado numa situação difícil, não queimaremos a etapa de conversações com ele." Rosmary afirmou que não acredita que o índice de reajuste desejado seja alcançado, porém espera que o governador se comprometa a proceder a uma reestruturação de cargos e salários das polícias Civil e Militar. "Isso nos possibilitaria conseguir algo mais do que os 6% de aumento prometido a todos os servidores estaduais."

Segundo Afanasio Jazadji, "O encontro com o secretário Marco Vinicio Petrelluzi gerou um grande desgaste, que se agravou com o fato de o governador ter recebido algumas pessoas que se diziam representantes de entidades", destacou o deputado. Para Edson Ferrarini, a reunião abriu um novo canal de negociação entre as entidades e o governador. "Nós estamos muito mais próximos de Alckmin do que o secretário de Segurança", declarou o deputado.

O coronel Hermes Cruz, vice-presidente da Associação de Oficiais da Reserva da PM falou em nome das entidades. "Temos o ideal comum de proteger a população de São Paulo e de lutar por nossas reivindicações", afirmou ele. De acordo com o coronel, o governo pretende proibir os policiais de constituir sindicato e de fazer greve e quer dar ao Exército o poder de polícia. "Isso significa a retomada de um artifício da ditadura que castra as polícias." Vanderlei Bailone, presidente da Associação dos Investigadores de São Paulo, reforçou as palavras do coronel Cruz e disse que ainda acredita no governador.

alesp