Mary Yamanaka restitui em poesia tudo o que capta de nossa natureza

Museu de Arte do Parlamento de São Paulo
16/05/2007 17:18

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Mary Yamanaka é uma pintora que ama a realidade da natureza e a exprime com um realismo rico de tons interessantes. Com habilidade, condiciona os temas e, de um modo particular, os caracteriza. Trata-se de uma artista sensitiva, que capta tanto as vibrações dos seres humanos quanto as da Terra.

Sua pintura é, de fato, alimentada por uma cor envolvente, de onde as formas emergem como se nascessem de uma explosão psíquica, estranha ao mundo racional, se entendermos por racional tudo o que é premeditado ao redor do quadro: o cálculo, a tese, a experiência e o postulado teórico.

Seja quando procede por massas cromáticas, seja quando estende a cor, fazendo-a vibrar na ponta do pincel, Yamanaka segue instintivamente, com uma segurança originária da emoção, e prossegue com suaves pinceladas entre rodamoinhos e no meio de uma matéria ondulada e densa, porém fluida e transparente.

A artista sente tudo o que pinta como sente a vida, o sangue, o vento, a beleza da luz, do local, da cor. Tudo a faz palpitar. Por amor, restitui em poesia tudo o que capta da beleza do mundo.

Enquanto tantos valores de ontem parecem quase esquecidos, ao olhar suas pinturas renovamos um sentido de descobertas contínuas. Pintados sem clichês preestabelecidos, seus quadros mostram os espetáculos da natureza, da vida urbana e do campo, englobando os gestos, as atitudes e os pensamentos até mesmo os mais escondidos da comédia humana.

Através da obra Sertãozinho: Caminhos Cor-de-Rosa, doada Museu de Arte do Parlamento de São Paulo, a pintora revela um surpreendente métier e um autêntico valor artístico. O seu realismo é sobretudo repleto de cromatismo, de poesia e de musicalidade.



A artista

Mary Yamanaka nasceu em São Paulo, em 1952. Formou-se em educação artística e música na Escola Superior de Música Santa Marcelina, com complementação em desenho na Faculdade Marcelo Tupinambá.

Realizou cursos de pintura a óleo sobre tela na Associação Atlética Banco do Brasil e na Associação Paulista de Belas Artes. Estudou pintura no campo com o professor Antônio Eugênio Pascuotto. Também estudou teoria, composição e harmonia da cor com a professora Magda Bugelli.

Participou de várias exposições coletivas e individuais, destacando-se entre outras: Espaço Cultural do Banco do Brasil, Clube Pinheiros, Volkswagen Clube, Salão Nacional de Artes Plásticas, Semana Benedito Calixto, 1º Salão de Arte de Bebedouro, 52º Salão Paulista de Belas Artes, 1º Salão Paulista de Figura Contempôranea e 12º Salão de Artes Plásticas de São Lourenço.

Recebeu inúmeros prêmios artísticos, dos quais salientam-se: 1º Prêmio no 5º Salão da Associação Paulista de Belas Artes; Medalha de Prata no 2º Comando do Sudeste do Exército Brasileiro (1991); Medalha de Prata no 26º Salão da Primavera da APBA (1995); Prêmio APBA no 5º Salão de Natureza-Morta (1997); Medalha de Prata no 4º Salão de Paisagem Brasileira da APBA (1998); Medalha de Ouro na 24º Semana Benedicto Calixto (1999); Hors Concours na 27º Semana Benedicto Calixto; e Medalha de Ouro no 5º Salão Livre de Artes Plásticas Tom Jobim (2000).

Possui obras em diversas coleções particulares no Brasil e no exterior e no Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

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