Arborização urbana é tema de seminário

Segundo palestrantes, o envolvimento da população é fundamental
29/05/2009 21:29

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 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/árvore1.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> Seminário Minha cidade é meu jardim<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2009/SEMINAARBORmmy (1).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>  <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/hist/árvore3.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a> O seminário aborda a questão da arborização urbana, a participação voluntária do cidadão e a responsabilidade do Poder Público na melhoria da qualidade de vida da população<a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/05-2009/SEMINAARBORmmy (5).jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Realizou-se nesta sexta-feira, 29/5, o seminário Minha cidade é meu jardim, que abordou a questão da arborização urbana, a participação voluntária do cidadão e a responsabilidade do Poder Público na melhoria da qualidade de vida da população. A iniciativa foi do deputado Davi Zaia (PPS), que apresentou na Assembleia o PL 310/2009, que institui no calendário oficial do Estado a Semana da Arborização Voluntária, a ser realizada anualmente na semana que sucede o dia 21 de setembro, Dia da Árvore.

Segundo o parlamentar, a iniciativa deveu-se à sua percepção de que as cidades paulistas são arborizadas de maneira desigual e insuficiente, sendo necessário o aumento da conscientização e do engajamento da população para que ações voluntárias de plantio de mudas sejam realizadas.

A engenheira agrônoma Cira Malta, diretora do setor de arborização, representando o secretário de Meio Ambiente de São Paulo, Eduardo Jorge, falou sobre as diretrizes e os desafios diários que enfrenta na prefeitura paulistana na arborização e manutenção da cobertura vegetal do município. Ela informou que entre 2005 e 2009 foram plantadas na capital 50 mil árvores, e que a prioridade são as áreas de preservação permanente. Também é objetivo da administração a criação de uma conexão entre as duas grandes áreas de conservação da cidade, a serra da Cantareira, ao norte, e a serra do Mar, ao sul.

O desafio não é só plantar, é fazer a manutenção, tanto que está nos planos da prefeitura criar um cadastro das árvores, onde conste seu estado de saúde, disse Cira Malta, que finalizou elogiando o chamamento para que a população seja responsável pela arborização. Para tanto, ela informou que está disponível na internet, no site da Secretaria de Meio Ambiente, o Manual Técnico de Arborização.



Dando seguimento ao seminário Minha cidade é meu jardim, que abordou a questão da arborização urbana, a participação voluntária do cidadão e a responsabilidade do Poder Público na melhoria da qualidade de vida da população



O que plantar?



O arquiteto paisagista Raul Pereira falou sobre quais as espécies mais adequadas para o plantio nas cidades, consideradas por ele "um ecossistema hostil para as árvores", por conta do regime de ventos, da poluição e do solo, que é tão compactado que não drena a água. Além do mais, há a questão das interferências da fiação e do mobiliário urbano, que reduzem ainda mais as áreas para plantio. Raul Pereira apontou ainda o problema das podas que, além de terem alto custo, podem levar à morte e à deformação as árvores. E poda significa planejamento errôneo do plantio, ou seja, o uso de árvores inadequadas tanto na altura quanto na dispersão das raízes.

O arquiteto recomendou o plantio de árvores nativas e diversificadas, não-tóxicas, com flores e frutos pequenos por questões de segurança nas calçadas, entre outras. E, finalizando, afirmou que "não adianta plantar árvore na cidade sem que haja envolvimento da população".



Mobilização civil



Nina Orlow falou sobre o tema Fiscalização do Poder Público, avaliação e propostas da sociedade civil. Ela é do grupo de trabalho de meio ambiente e mobilidade urbana do Movimento Nossa São Paulo, que foi lançado em maio de 2007 com a finalidade de promover iniciativas que possam recuperar para a sociedade os valores do desenvolvimento sustentável, da ética e da democracia participativa, buscando uma cidade mais justa e equilibrada, e que hoje tem a participação de 550 organizações da sociedade civil.

Nina divulgou o lançamento, em junho, da proposta Indicadores de Referência de Bem Estar do Município (Irbem), que incluirá uma pesquisa sobre a percepção da população a vida urbana.



Aspectos meteorológicos



A evolução climática na região metropolitana de São Paulo foi demonstrada pelo meteorologista e professor livre docente da USP Augusto José Pereira Filho, que disse que no período entre 1936 e 2005 houve aumento médio de temperatura de 2,1ºC. A umidade relativa do ar caiu 7%, as tempestades estão mais severas, houve aumento da insolação diária, os invernos estão mais curtos e brandos e os verões mais longos por conta da urbanização, falou.

Todas as cidades grandes do mundo apresentam o fenômeno das ilhas de calor, que geram diferença de dez graus entre a região de Engenheiro Marsilac, ao sul, e o bairro do Brás, na região central, disse Pereira, que demonstrou o impacto de chuvas de verão na cidade de São Paulo por conta dessas diferenças.



Caso concreto



Emilio Bizon Neto, engenheiro florestal e prefeito da cidade de São Sebastião da Grama, localizada na serra da Mantiqueira, falou das ações que implementou visando a preservação ambiental. Houve investimento na recuperação e formação de jardins e praças, com plantio de espécies nativas, implantação da coleta seletiva tanto na área urbana como rural, dentro de um projeto de capacitação de pessoas carentes, entre outras.

Bizon ainda divulgou a elaboração de um plano de ação ambiental municipal, o projeto Mina Azul, de conservação de nascentes, e a intenção de tratar, até final de 2009, todo o esgoto da cidade. "Não precisa de muito dinheiro para fazer a diferença", finalizou.

A seguir, houve debate entre os convidados e o público presente, composto principalmente por vereadores e representantes de secretarias municipais e de entidades ambientalistas.

alesp