CHAME O PSTU! - OPINIÃO

Milton Flávio*
02/08/2000 17:52

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O país, como se sabe, vai de muito mal a pior. Quer do ponto de vista econômico, quer sob a ótica social. A corrupção grassa nos três poderes. Onde há um tucano no governo, tenha certeza, prezada leitora, caro leitor, há uma maracutaia sendo urdida, em prejuízo do povo brasileiro. Sejamos francos: só uma CPI, comandada, claro, pelo PT, PCdoB e agregados, para apurar os passos do ex-ministro Eduardo Jorge será capaz de aspirar a sujeira lançada sob os tapetes do Palácio do Planalto. (Lamenta-se apenas que o PSTU não tenha eleito nenhum deputado federal em 1998, pois, pensando bem, por uma questão de justiça e em função dos já relevantes serviços prestados por seus membros ao Brasil, a presidência da CPI lhe cairia à perfeição.) O presidente da República está onde sempre esteve: a serviço dos interesses transnacionais. O país, definitivamente, não tem mais jeito.

Ora, tudo isso é uma grande besteira, fruto de um desejo insano de parte da oposição, que pretende capitalizar nas urnas os baixos índices de popularidade do presidente - algo que, ao contrário do que afirmam alguns pseudoprofetas, será revertido em breve, tão logo as melhorias visíveis na economia se façam sentir no bolso dos cidadãos. As taxas de juros estão caindo; a inflação está sob controle; as contas públicas, idem; os níveis de desemprego tendem a diminuir; dados do IBGE mostram que o Brasil tem melhorado em vários setores, em especial nas áreas da Saúde e Educação. Mais: dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), divulgados em julho, mostram que os empresários - tanto nacionais quanto estrangeiros - estão cada vez mais dispostos a investir no país. A expectativa é a de que, nos próximos anos, injetem US$ 120 bilhões nos setores produtivos, gerando um número enorme de empregos.

Não se pretende dizer que estamos no melhor dos mundos, muito menos negar a existência de inúmeros problemas. A miséria, infelizmente, é algo que não se erradica de uma hora para outra, muito menos por decreto. A concentração de renda em nosso país é algo que faz corar todos aqueles que tenham um mínimo de sensibilidade. Agora, negar que houve avanços, que o país hoje está melhor do que há uma década, francamente, só pode ser fruto de desinformação ou da total ausência de honestidade intelectual. Quem fala isso não é um parlamentar do PSDB. Vários analistas políticos, insuspeitos, têm escrito sobre isso. Basta folhear os jornais, comparar os dados, deixar de lado o ranço oportunista do "quanto pior, melhor".

E quanto à suposta sujeira lançada pelos governistas sob os tapetes do Palácio do Planalto? E quanto ao supostos cadáveres depositados em seus armários, o que dizer? Em primeiro lugar, é preciso que fique bem claro que não se pretende impedir nenhuma investigação sobre quem quer que seja - algo que, aliás, já vem sendo feito pelo Ministério Público e Polícia Federal. Mas, sejamos francos: a quem interessa uma CPI nesse momento, a não ser aos que, de forma leviana, eleitoreira, desprovidos de qualquer prova, tentam igualar o presidente da República ao que de pior este país produziu em termos de caráter?

Lamentavelmente, os oportunistas de plantão não se dão conta de que a leviandade é uma arma mortalmente perigosa, que põe em risco as instituições, semeia a desesperança e que, não raro, volta-se contra os que a empunham. Um país não se constrói com irresponsabilidade, chavões e muito menos com jogo de cena. A honra alheia é algo a ser preservado. Até prova em contrário.

*Milton Flávio é deputado estadual pelo PSDB e líder do governo na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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