O PRESIDENTE E A SEGURANÇA - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
05/07/2000 16:32

Compartilhar:


O nome é bonito e tem até alguma pompa: Plano Nacional de Segurança Pública. A idéia partiu do Palácio do Planalto, em Brasília, diante dos seguidos casos de violência e de criminalidade ocorridos nos últimos anos em todas as regiões do País, porém de modo mais chocante nos Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro. O próprio presidente Fernando Henrique Cardoso, que se dizia chocado com episódios de violência ocorridos em São Paulo, a ponto de encomendar a seus assessores um plano nacional de segurança, decidiu antecipar a divulgação do projeto depois de ter visto pela TV, a exemplo de milhões de brasileiros, o caso do seqüestro do ônibus no Rio. Em princípio, tudo muito bonito. O presidente da República, um dia depois de ter enviado uma mensagem entusiasmada de cumprimentos ao tenista Gustavo Kuerten, o Guga, pelo título de Roland Garros, confessou-se estarrecido com a tragédia carioca. No entanto, depois de os poderosos de Brasília terem anunciado que o tal Plano Nacional de Segurança Pública daria mais dinheiro aos Estados para o combate ao crime, o próprio governo ficou na dúvida: de onde sairiam os 700 milhões de reais para financiar a luta contra a violência? Verificou-se, de repente, que não havia verba disponível para transformar o plano em realidade, a exemplo de tantos outros projetos que se esvaziaram. Pelo que foi apresentado pelo governo federal, os 124 itens desse Plano de Segurança, infelizmente, não passam de mera boa intenção. E, como se sabe, o inferno está repleto de gente boazinha e bem intencionada.

alesp