DA ASSESSORIA

O deputado estadual Renato Simões (PT) analisou dados da Secretaria da Fazenda de São Paulo e constatou que a dívida total do Estado, em dezembro de 1994, era de R$ 61,3 bilhões e chegou a R$ 89,7 bilhões, em dezembro de 1996. Com essa afirmação, Simões contesta declaração do líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Duarte Nogueira, de que o montante atual da dívida é de R$ 91,5 bilhões".

Segundo Simões, a dívida apresentou um crescimento real de 46,3% ou de R$ 28,4 bilhões em apenas dois anos. "O Governo diz que isso ocorreu devido aos juros de mercado cobrados nesse período. Ora, a política econômica de juros altos do Plano Real sempre foi apoiada pelo governo estadual, que implantou a lógica neoliberal em São Paulo sem medir suas conseqüências em relação ao endividamento", declarou.

De acordo com Simões, a partir de 2000, quando se esgotam os R$ 32,9 bilhões obtidos com as privatizações, despencam os gastos com amortização da dívida e aumentam os gastos com juros. "Em 2001, já foram gastos R$ 1,55 bilhão com juros e apenas R$ 311 milhões com amortização. Isto demonstra que o Estado não tem condições financeiras de sustentar o acordo firmado em 1997, limitando-se ao pagamento de juros. Com isso a dívida continuou crescendo e, por enquanto, chega a R$ 84,2 bilhões."

Além disso, de acordo com o deputado, o objeto principal de sua preocupação são os termos desse acordo que compromete boa parte dos recursos do Estado com o pagamento do serviço da dívida, prejudicando os investimentos nas áreas sociais. O deputado lembrou que desde o início deste governo, o serviço da dívida consumiu aproximadamente R$ 30 bilhões e mesmo assim a dívida explodiu. Para ele, o próprio secretário estadual de Economia e Planejamento, em audiência pública na Assembléia, realizada no dia 22/8/2001, admitiu o descalabro financeiro do Estado quando afirmou que "estamos com nossa capacidade comprometida, mas dentro de alguns anos isso estará resolvido".