A AMEAÇA DOS BANCOS 24 HORAS - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
21/11/2000 18:16

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Nos últimos meses, aumentaram bastante os casos de polícia envolvendo os bancos 24 horas na região metropolitana de São Paulo e em municípios do Interior e do Litoral, sem que as autoridades tomem providência concreta.

Existem três tipos de atuação dos bandidos para atacar vítimas, com ou sem violência, em torno dos caixas eletrônicos ou bancos 24 horas: muitas vezes, o cliente do banco é assaltado ao fazer o saque, mas existem também os casos de seqüestros-relâmpago, em que os bandidos levam a pessoa para exigir a senha e ter acesso à conta, e ainda o golpe de reter ou clonar cartões de correntistas desses bancos.

A cada dia, centenas de pessoas são logradas e têm ocorrido até assassinatos. A solução está ao alcance, por meio de um projeto de lei que apresentei à Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo e está para ser apreciado pelo plenário. De acordo com minha proposta, os bancos devem ficar responsáveis pela manutenção de guardas particulares, dia-e-noite, tomando conta desses caixas eletrônicos, para evitar que esses locais permaneçam dominados pelos marginais.

Os bancos, por meio de sua entidade, a Febraban, resistem a essa idéia e pressionam vários deputados, alegando que não teriam condições financeiras para contratar esses seguranças, mas na verdade cabe aos próprios bancos zelar pela segurança de quem vai aos caixas eletrônicos como cliente dessas instituições.

É difícil lutar contra o poder dos bancos, mas vou continuar insistindo. Está na hora de acabar com o uso sangrento e selvagem de um equipamento criado para o bem.

É possível dar alguns conselhos que podem ajudar as pessoas a evitar surpresas muito desagradáveis com seus cartões magnéticos e suas contas de banco.

Acontece que, assim como a tecnologia evolui, os malandros também aprimoram seu modo de agir contra vítimas indefesas: é preciso tomar o máximo cuidado com os cartões de crédito e de bancos, no momento de usá-los em caixas eletrônicos ou pagar contas em lojas, supermercados, postos de gasolina e restaurantes.

O grande problema é que um cartão pode ser trocado ou até clonado rapidamente, sem que o verdadeiro dono perceba. Ao perceber, algumas horas depois, já é tarde demais: o malandro terá entrado em sua conta para fazer estrago.

Esse tipo de golpe tem sido muito freqüente em bancos 24 horas e também em agências que abrem parcialmente em fins de semana apenas para o uso dos caixas automáticos, sem contar com proteção de vigilantes particulares.

Determinados ladrões agem sem arma, apenas prestando atenção na distração de suas vítimas. Muitas vezes, eles provocam problemas no equipamento do banco 24 horas, que acabam por prender o cartão da vítima na máquina. Ainda por meio de artifícios, os malandros, que já haviam observado a senha sendo digitada pelo cliente, conseguem o cartão e passam a fazer a festa, promovendo saques desenfreados.

O banco deve ser responsabilizado por esse tipo de golpe, que ocorre em suas dependências. Nesses casos, o cliente lesado tem mesmo de insistir para ser ressarcido. Mas a situação só vai melhorar, de fato, com a aprovação da lei de proteção aos bancos 24 horas.

Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL

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