Em 20 anos, o número de homicídios no Brasil aumentou 273%. Essa porcentagem é tremendamente assustadora se levarmos em conta que nesse mesmo período de 20 anos o crescimento da população do País foi de 37%. Isso significa que o número de pessoas assassinadas em todas as regiões do Brasil aumentou sete vezes mais em relação ao crescimento da nossa população. Prestem atenção no total de pessoas assassinadas no período de 1979 a 1998, ainda sem contar os casos de violência de 1999 e de 2000: perderam a vida nada mais nada menos que 515.986 pessoas. Isso mesmo: 515.986 pessoas. O equivalente a toda a população do Estado do Acre. Ou, se preferirem um exemplo mais próximo, praticamente o número de habitantes de uma cidade do porte de Ribeirão Preto.

Nos últimos anos, as estatísticas continuaram se multiplicando. Sempre. Em 1979, foram assassinadas 11.194 pessoas no País. Já em 1998, esse número pulou para 41.802 pessoas. O Estado de São Paulo, que é campeão em tudo, acabou ficando em primeiro lugar também no ranking da violência: entrou com 6.429 casos de homicídios, entre os quase 42 mil assassinatos de 1998. Ou seja: população grande, economia forte, violência alta, uma criminalidade que atinge a Capital, o Litoral e o Interior. O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou o plano federal contra a violência. Em São Paulo, o governador Mário Covas fala em novos investimentos para a Polícia, mas deixa de lado o fator humano: ele não estimula os policiais íntegros. Muito menos acena com um aumento salarial digno para quem expõe diariamente a vida ao perigo.